O percentual de eleitores autodeclarados de direita no Brasil experimentou um aumento significativo durante o governo Bolsonaro e se mantém sólido até hoje, apesar de Lula ter uma avaliação mais positiva que seu antecessor e de melhorias na percepção econômica. Em 2018, apenas 9% se consideravam totalmente de direita, mas no ano seguinte, esse número dobrou. Em setembro do ano passado, atingiu 24%, o maior patamar em cinco anos.
Na pesquisa realizada em agosto deste ano, durante o oitavo mês do mandato do presidente Lula e com Bolsonaro já inelegível, houve uma ligeira queda de dois pontos percentuais, ainda dentro da margem de erro de dois pontos percentuais para mais ou para menos.
O estudo do Instituto da Democracia utiliza uma escala de um (esquerda) a 10 (direita) para medir a autodeclaração política dos entrevistados. O percentual daqueles que se atribuem a nota mínima, ou seja, se autodeclaram de esquerda, permaneceu o mesmo em comparação com a pesquisa de setembro. No entanto, em relação a 2018, quando a Lava-Jato estava em destaque, houve uma diferença de cinco pontos percentuais, com apenas 6% se considerando de esquerda na época.
Além do aumento na autodeclaração de eleitores de direita, o Brasil apresenta hoje uma população predominantemente conservadora, especialmente em questões relacionadas a valores culturais. Por exemplo, 79% são contrários à legalização do aborto e 70% se opõem à descriminalização das drogas.
A pesquisa envolveu 2.558 entrevistas presenciais com eleitores em 167 cidades de todas as regiões do país, realizadas entre 22 e 29 de agosto. O estudo foi financiado pelo CNPq e pela Fapemig, com uma margem de erro estimada em dois pontos percentuais para mais ou para menos e um índice de confiança de 95%.
Da redação Ponto Brasília