O diretor de Política Econômica do Banco Central, Diogo Guillen, afirmou nesta terça-feira (11) que eventos climáticos extremos, como os ocorridos no Rio Grande do Sul, tendem a se tornar mais comuns. Ele destacou que o crescimento econômico e a estabilidade financeira não serão sustentáveis enquanto partes significativas da população continuarem excluídas dos benefícios já alcançados. Guillen enfatizou a necessidade de ações urgentes e maior atenção dos pesquisadores e formuladores de políticas econômicas para abordar essa questão. Essas declarações foram feitas durante um evento do grupo das 20 maiores economias do mundo (G20), em um discurso publicado pelo Banco Central e não aberto à imprensa.
Guillen destacou a urgência na criação de indicadores econômicos relacionados às mudanças climáticas. Ele observou que os efeitos climáticos na economia são extensos e significativos, influenciando a produção de bens e serviços, o comércio global, o fornecimento e os preços dos alimentos, a distribuição de renda e riqueza, a disponibilidade de poupança, os gastos públicos e a estabilidade financeira.
Segundo Guillen, é crucial monitorar os efeitos das mudanças climáticas para mitigar seus impactos, reduzir perdas, criar políticas eficazes e coordenar ações. Ele enfatizou que esse monitoramento deve ser fundamentado em estatísticas regulares, oportunas, de alta qualidade e comparáveis internacionalmente. Ele também ressaltou a inevitabilidade do aumento na frequência de eventos climáticos severos, cujas consequências são difíceis de prever com antecedência.
Guillen mencionou a recente tragédia no sul do Brasil, destacando que os impactos econômicos iniciais ainda estão sendo avaliados. Ele ressaltou que será necessário um planejamento cuidadoso, coordenação e implementação de políticas de reconstrução, além de medidas para conter os efeitos secundários desses eventos.
Guillen enfatizou a necessidade de ações preventivas para retardar as mudanças climáticas, destacando a importância de estatísticas confiáveis e comparáveis para monitorar o progresso. Ele defendeu o incentivo ao uso crescente de fontes de energia e modelos de produção mais limpos e sustentáveis. Mencionou ainda que mecanismos como o mercado de créditos de carbono e a emissão de obrigações verdes estão em uso, mas precisam ser ampliados para serem mais eficazes.
A necessidade urgente de implementar medidas preventivas para mitigar os impactos das alterações climáticas. Destaca a importância de estatísticas confiáveis e comparáveis para monitorar esses eventos, e defende o incentivo à adoção de fontes de energia e modelos de produção mais sustentáveis. Mecanismos como o mercado de créditos de carbono e obrigações verdes são mencionados como essenciais, mas que necessitam de ampliação para promover uma transição mais eficaz para práticas sustentáveis.
O diretor Guillen abordou a concentração crescente de renda e riqueza nos níveis mais altos da distribuição global neste século. Destacou a necessidade de estatísticas abrangentes e comparáveis internacionalmente para apoiar iniciativas de redistribuição de renda. Além disso, mencionou a Fase 3 da Data Gaps Initiative do G20, focada em inovações financeiras como fintechs e moedas digitais, que têm potencial para beneficiar amplamente a inclusão financeira. Guillen também enfatizou ferramentas promovidas pelo Banco Central para reduzir custos de transação e melhorar a inclusão financeira, incluindo Pix, Drex e uma moeda digital desenvolvida pela instituição.
Da redação Ponto Noticias