O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes votou nesta terça-feira pela condenação do mecânico Antônio Cláudio Alves Ferreira a uma pena de 17 anos de prisão. Moraes declarou que imagens e vídeos encontrados no celular do réu mostram sua participação em um grupo violento que iniciou uma marcha em Brasília. Esse grupo, segundo o ministro, utilizou violência para invadir as sedes dos Três Poderes em janeiro de 2023.
Algumas das imagens, segundo Moraes, mostram a participação de Ferreira nas manifestações. Em uma selfie recuperada, o mecânico é visto dizendo: "Olha nossa janta, achou que nós ia passar fome, né? Aqui ó, o suquinho, água gelada. Achou mesmo é? Aqui é Brasil, porra. Chupa PT!".
Moraes ressaltou que, depois de entrar no Palácio do Planalto, Ferreira começou a quebrar vidros do edifício, destruir cadeiras, painéis, mesas, obras de arte e móveis históricos. Além disso, ele foi identificado como o responsável por danificar um relógio histórico do francês Balthazar Martinot, trazido ao Brasil por Dom João VI em 1808.
Além das fotos dos fragmentos da peça destruída, as investigações da Polícia Federal, que fundamentam o voto do ministro, revelam a identificação das impressões digitais do mecânico no vidro interno do compartimento da mangueira de incêndio, situado no corredor do terceiro andar do Palácio do Planalto.
"Os documentos periciais evidenciam o claro engajamento do réu no movimento golpista desde a proclamação do resultado das Eleições Gerais de 2022 e sua participação criminosa em 08/01/2023, confirmando sua presença no Quartel General, acesso ilegal à Praça dos Três Poderes, Congresso Nacional, Supremo Tribunal Federal e Palácio do Planalto, demonstrando uma adesão intensa", escreveu Moraes.
Em depoimento à Polícia Federal, Ferreira admitiu ter quebrado um vidro para entrar no Planalto e afirmou que "devido à reação dos órgãos de segurança, decidiu danificar o relógio histórico e rasgar uma poltrona que estavam no interior do prédio, além de ter jogado um extintor nas câmeras".
O ministro votou pela condenação do mecânico a 17 anos de prisão por associação criminosa armada; tentativa de subversão violenta do Estado Democrático de Direito; tentativa de golpe de Estado; dano qualificado pelo uso de substância inflamável contra o patrimônio da União e com prejuízo significativo para a vítima.
Da redação Ponto Notícias