Desde que foi aprovado o pedido de urgência na Câmara, o Projeto de Lei 1.904/2024, também conhecido como PL Antiaborto, recebeu o apoio adicional de 24 deputados, totalizando 56 assinaturas.
O Partido Liberal (PL) lidera com 36 assinaturas, mostrando forte apoio à proposta que classifica o aborto após 22 semanas como homicídio, mesmo nos casos permitidos pela Constituição, como estupro, anencefalia e risco de morte da mãe, e estabelece uma pena de até 20 anos de prisão para a gestante.
A deputada federal Renilce Nicodemos (MDB-PA), da bancada evangélica, inicialmente apoiou o projeto, mas depois pediu para retirar sua assinatura ao perceber que a pena para a mulher poderia ser mais severa do que para o estuprador.
Entre os apoiadores do PL Antiaborto estão deputados como Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), Eduardo Bolsonaro (PL-SP), Bia Kicis (PL-DF) e outros de diferentes estados e partidos.
O crescente apoio de políticos ao PL Antiaborto pode ser visto como uma resposta à pressão de diversos segmentos da população. Grupos conservadores e religiosos, em particular, têm exercido uma influência significativa, mobilizando suas bases e pressionando os legisladores a apoiar medidas mais rigorosas contra o aborto. Esses grupos frequentemente utilizam campanhas e manifestações para expressar suas demandas, criando um ambiente em que muitos parlamentares se sentem compelidos a agir conforme os desejos de seus eleitores para garantir seu apoio nas urnas.
Além da pressão popular, muitos políticos justificam seu apoio ao PL Antiaborto com base nos princípios e valores que acreditam ser compartilhados pela maioria da população brasileira. O Brasil é um país com uma forte presença de comunidades religiosas, especialmente católicas e evangélicas, que tradicionalmente se posicionam contra o aborto. Legisladores que apoiam o projeto frequentemente argumentam que estão representando a vontade da maioria de seus eleitores, que veem a proteção da vida desde a concepção como um valor fundamental.
Por outro lado, o apoio ao PL Antiaborto também pode ser interpretado como uma estratégia política para reforçar a identidade conservadora de certos partidos e figuras públicas. Ao se alinhar com uma agenda que promete penas severas para o aborto, mesmo nos casos previstos pela Constituição, esses políticos buscam consolidar sua base de apoio e diferenciar-se em um cenário político polarizado. Esse movimento não apenas atende às demandas de seus eleitores, mas também posiciona esses legisladores como defensores fervorosos de valores tradicionais, o que pode ser uma vantagem significativa em futuras disputas eleitorais.
Da redação Ponto Notícias