O governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) enfrenta possíveis tensões diplomáticas com o Canadá, Gabão e Burkina Faso devido a um incidente policial violento no Rio de Janeiro. Três jovens estrangeiros, acompanhados por dois adolescentes brasileiros brancos, foram abordados por uma viatura da Polícia Militar enquanto retornavam para casa em Ipanema, por volta das 19h.
Durante a abordagem, os policiais desceram do veículo com armas em punho, conforme descrito pela mãe de um dos adolescentes brasileiros. Os jovens, com idades entre 13 e 14 anos, foram submetidos a uma revista íntima, mesmo estando sob a vigilância do porteiro do prédio.
Após o procedimento desproporcional, os adolescentes foram questionados sobre sua nacionalidade e motivo da presença no local. As circunstâncias do incidente geraram críticas e preocupações sobre direitos humanos e relações internacionais.
Raiana relatou que os jovens negros não entenderam as perguntas dos policiais, enquanto seu filho explicou que eles eram estrangeiros, filhos de diplomatas de Brasília visitando o Rio como turistas.
Depois de perceberem o engano, os policiais liberaram os meninos, mas os advertiram para evitar andar na rua para não serem abordados novamente, contou Raiana.
Julie-Pascale Moudouté, mãe de um dos meninos abordados e diplomata do Gabão, disse que procurou o Ministério das Relações Exteriores (Itamaraty) para exigir uma resposta à abordagem que considerou racista.
Ela afirmou que não se pode apontar uma arma para adolescentes e, depois, perguntar o motivo da abordagem.
Segundo a diplomata, o Itamaraty e os consulados dos países no Rio de Janeiro já foram informados e estão investigando o caso. A Gazeta do Povo entrou em contato com o ministério e está aguardando uma resposta.
A Secretaria de Estado da Polícia Militar do Rio de Janeiro (SEPM) informou, por meio de comunicado, que as imagens das câmeras corporais dos policiais serão analisadas para verificar se houve uso excessivo de força.
A SEPM enfatizou que os cursos de formação da corporação têm como prioridade absoluta o ensino de disciplinas como Direitos Humanos, Ética, Direito Constitucional e Leis Especiais. Além disso, destacou que a Ouvidoria da SEPM está disponível para os cidadãos que se sentirem ofendidos e desejarem formalizar denúncias.
Da redação Ponto Notícias