O Ministério do Interior fechou unilateralmente a Radio Maria, cuja personalidade jurídica foi concedida em fevereiro de 2000, alegando "não conformidade". A emissora não teria apresentado suas demonstrações financeiras de 2019 a 2023, e seu conselho de administração expirou em novembro de 2021.
A decisão ocorreu após a rádio anunciar a redução de sua programação de 24 para 14 horas, devido ao bloqueio de suas contas bancárias no Banco de la Producción (Banpro), o que a impediu de receber doações.
As relações entre o governo de Ortega e a Igreja Católica deterioraram-se devido à expulsão e prisão de padres, à proibição de atividades religiosas e à suspensão das relações diplomáticas com o Vaticano. Além da Radio Maria, o Ministério do Interior cancelou outras 12 associações, totalizando mais de 3.600 ONGs proibidas desde dezembro de 2018, com a transferência de seus bens para o Estado.
O Ministério do Interior indicou que a Procuradoria-Geral da República seria responsável pela transferência dos ativos móveis e imóveis das organizações para o Estado nicaraguense. Deputados sandinistas, como Filiberto Rodríguez, afirmaram que algumas das ONGs afetadas utilizaram recursos de doações para apoiar manifestações contra Ortega seis anos atrás.
A Nicarágua enfrenta uma crise política e social desde abril de 2018, intensificada pelas controvérsias das eleições gerais de novembro de 2021, onde Ortega foi reeleito para seu quinto mandato consecutivo. Seus principais adversários foram presos, expulsos do país e tiveram seus direitos políticos e nacionalidade revogados, acusados de conspiração e traição à pátria.
Da redação Ponto Notícias