O ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), declarou nesta quarta-feira, 10 de julho, que a ideia do marco temporal das terras indígenas é contrária à Constituição. Durante o encontro, Fachin recebeu deputados e líderes de comunidades tradicionais, que expressaram suas preocupações sobre uma agenda "anti-indígena" em discussão no Congresso Nacional.
O ministro afirmou que a ideia do marco temporal não tem fundamento na Constituição, ao comentar a aprovação da lei que endossou essa tese. O Supremo Tribunal Federal analisou a questão e concluiu que a promulgação da Constituição não pode servir como referência para determinar quais áreas indígenas podem ser delimitadas.
"Já tive a oportunidade de expressar em meu voto, e não estou revelando nada novo ao repetir que, de acordo com os parâmetros constitucionais, não há dúvida quanto à inconstitucionalidade do marco temporal," declarou o ministro.
Fachin também destacou que a demarcação de terras indígenas envolve questões ambientais e a habitação de comunidades humanas. "O relator está atento a todas as questões e estamos falando de um assunto crucial para a vida no Brasil, que merece o respeito e a proteção dos direitos constitucionais. É dever deste tribunal garantir que a Constituição seja preservada para garantir um futuro sustentável e habitável para todos", concluiu.
O grupo de parlamentares foi liderado pela deputada Célia Xakriabá (PSol-MG). A divergência em torno da tese do marco temporal coloca em oposição o Supremo Tribunal Federal e setores ruralistas do Congresso Nacional. Enquanto o STF proíbe a aplicação dessa tese nas demarcações de terras indígenas, o Congresso a endossa através de uma lei para validar esse entendimento.
Da redação Ponto Notícias Brasília