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CPI da Moratória da Soja: Debate Intenso sobre o Papel das ONGs e Futuro da Agricultura

Câmara dos Deputados e Senado Federal avaliam pedido para investigar influência ambiental na política agrícola.

Por: Redação Fonte: Redação
13/07/2024 às 06h00
CPI da Moratória da Soja: Debate Intenso sobre o Papel das ONGs e Futuro da Agricultura
"Deputada Coronel Fernanda anuncia CPI Mista durante audiência sobre a Moratória da Soja."

Um evento público ocorreu hoje na Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural da Câmara dos Deputados, focando em um compromisso estabelecido em 2006 entre duas importantes associações do setor agrícola.

Esse compromisso visa evitar a comercialização de soja proveniente de áreas desmatadas dentro de uma região específica do Brasil. A medida foi implementada em resposta a pressões de organizações não vinculadas ao governo, que alertam sobre os impactos ambientais associados à expansão da sojicultura naquela área.

Um relatório elaborado pelo Grupo de Trabalho da Soja (GTS), constituído por empresas ligadas às principais entidades do setor, revelou que desde a implementação da moratória da soja, apenas 1,2% do desmatamento na Amazônia pode ser atribuído ao cultivo dessa cultura. Produtores de estados como Pará, Mato Grosso e Tocantins, que fazem parte desse bioma, argumentam que a moratória não só impede o crescimento econômico, mas também não está alinhada com as disposições legais do Código Florestal brasileiro, que permite um desmatamento legal de até 20% na região.

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Durante a audiência, o presidente da Aprosoja-MT, Lucas Beber, destacou que essa questão é uma das mais debatidas dentro das entidades representativas, devido ao impacto significativo nos direitos de propriedade e uso da terra, afetando não apenas os produtores, mas também a economia local e os cidadãos dos estados envolvidos.

Em contrapartida, o presidente da Abiove, André Nassar, argumentou que a indústria está convencida de que o fim da moratória resultaria em um boicote internacional à soja brasileira. Para incluir os produtores que sentem não serem ouvidos nas discussões atuais sobre a Moratória da Soja, composta por associações e ONGs, Nassar propôs três medidas de curto prazo.

O presidente da Abiove, André Nassar, propôs três medidas a curto prazo durante a audiência:

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  1. Permitir que os produtores assinem um termo de compromisso para regularizar suas atividades de produção.
  2. Convidar a Aprosoja Brasil e a Confederação Nacional da Agropecuária (CNA) a participarem do grupo de trabalho da moratória da soja, desde que concordem em apoiar os princípios da moratória.
  3. Implementar um controle via polígono para a safra 2024/2025, utilizando um protocolo que verifique se as áreas foram abertas de maneira legal após 2008, conforme estabelecido pelo Código Florestal.

De acordo com essa proposta, se uma área foi aberta sem autorização legal de supressão, a compra de soja não será feita para todo o imóvel. No caso de uma abertura de área que esteja de acordo com as normas do Código Florestal, somente o volume de soja correspondente à área afetada pelo desmatamento ilegal não será adquirido, em vez de toda a produção da propriedade.

Durante a audiência, foi decidido que a Câmara dos Deputados e o Senado Federal devem analisar em breve um pedido para abrir uma CPI Mista, que investigará o papel das organizações não governamentais na implementação da Moratória da Soja no Brasil. A deputada federal Coronel Fernanda anunciou essa iniciativa, criticando a ausência de representantes de ONGs ambientais, do Banco do Brasil, e dos ministros da Agricultura, Carlos Fávaro, e do Meio Ambiente, Marina Silva, no debate.

Além da CPI, também foi acordado que serão realizadas mesas de discussão nos estados, organizadas pela Aprosoja, com a participação de produtores. O objetivo dessas mesas é buscar soluções para os desafios decorrentes do possível fim da moratória.

Da redação Ponto Notícias

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