A mais recente edição do relatório “Violência Contra os Povos Indígenas no Brasil” (referente a 2023) revela um aumento de 24,55% nas taxas de mortalidade infantil, considerando óbitos de crianças de 0 a 4 anos. Enquanto em 2022 foram registradas 835 mortes de crianças indígenas, o número subiu para 1.040 em 2023.
O relatório, que contou com dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) e do Sistema de Informação da Atenção à Saúde Indígena (Siasi), foi elaborado pelo Conselho Indigenista Missionário (Cimi), que atua desde 1972 e está vinculado à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).
O estado do Amazonas lidera com o maior número de mortes infantis indígenas em 2023, totalizando 295 casos, seguido por Roraima com 179 e Mato Grosso com 124.
O Brasil registrou 46.328 mortes violentas intencionais em 2023, marcando uma queda de 3,4% em relação ao ano anterior, o menor número desde 2011. No entanto, seis estados apresentaram um aumento nos crimes violentos, contrariando a tendência nacional.
Os dados são do 18º Anuário Brasileiro de Segurança Pública, divulgado nesta quinta-feira, 18. As estatísticas englobam homicídios dolosos, latrocínios, lesões corporais seguidas de morte e mortes por “intervenção policial”.
O Amapá lidera o aumento nas mortes violentas, com um crescimento de 39,8%, seguido por Mato Grosso com 8,1%, Pernambuco e Mato Grosso do Sul com 6,2% cada, Minas Gerais com 3,7% e Alagoas com 1,4%.
Desde 2017, quando houve 64.079 vítimas, as mortes violentas têm diminuído. Entre 2022 e 2023, a queda foi mais significativa, comparada ao período anterior, que teve uma redução de 0,7%, conforme o Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
De acordo com o relatório, crimes contra mulheres, minorias raciais e pessoas da comunidade LGBT atingiram recordes. Além disso, o crime de estelionato, incluindo golpes online, tornou-se o principal crime patrimonial, com uma vítima a cada 16 segundos.
O perfil das vítimas de mortes violentas permanece o mesmo: homens (90,2%), negros (78%), jovens de até 29 anos (49,4%), mortos principalmente por armas de fogo (73,6%) em vias públicas (56,5%).
Dezoito estados apresentaram taxas de mortes violentas superiores à média nacional. Santana (AP), Maranguape (CE) e Eunápolis (BA) lideraram o crescimento. Santana, que passou da 31ª para a primeira posição, registrou 72 homicídios, um latrocínio e 27 mortes por ações policiais.
Da redação ponto Notícias