Após o ditador venezuelano Nicolás Maduro expressar dúvidas sobre a integridade do processo eleitoral brasileiro, afirmando que as eleições no Brasil não podem ser auditadas, Celso Amorim, assessor especial para a política externa do governo Lula, fez uma declaração controversa. Amorim afirmou que Maduro, ao fazer tal alegação, não atacou a democracia no Brasil.
Essa declaração de Amorim tem implicações significativas, especialmente para o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Bolsonaro, que foi condenado à inelegibilidade por levantar questionamentos semelhantes sobre a auditoria do sistema eleitoral brasileiro, poderia ser considerado injustamente penalizado se a conclusão de Amorim for aceita. A análise de Amorim, ao isentar Maduro de atacar a democracia, poderia, na prática, implicar que as alegações de Bolsonaro sobre a impossibilidade de auditar os votos também não deveriam ser vistas como uma afronta à democracia brasileira.
O deputado federal Mário Frias (PL-SP) utilizou suas redes sociais para compartilhar um vídeo onde o comentarista político da GloboNews, Otávio Guedes, valida a argumentação de Frias. No vídeo, Guedes reforça a tese de que, ao afirmar que Nicolás Maduro não atacou a democracia no Brasil, Celso Amorim acaba por inocentar Jair Bolsonaro. Frias comentou:
– Celso Amorim diz que Maduro “não atacou a democracia no Brasil”, logo Bolsonaro é inocente e o TSE agiu politicamente na sua inelegibilidade.
Otávio Guedes, ao comentar o posicionamento de Celso Amorim, observou que “o que o Amorim faz, na verdade, é defender por outros meios tudo o que Bolsonaro pregou durante todo o seu governo. E, aliás, está impedido de se candidatar por conta disso.”
Após a declaração de um líder internacional sobre a impossibilidade de auditar o processo eleitoral brasileiro, um assessor especial para a política externa do governo brasileiro comentou que essa afirmação não representava um ataque à democracia no país.
Como resultado, uma figura pública que havia sido condenada por lançar dúvidas semelhantes sobre o sistema eleitoral, acabaria sendo isentada de responsabilidade devido à conclusão do assessor especial.
Da redação Ponto Notícias l Brasília