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Previsão de Perdas por Golpes de Pix Superará US$ 6,8 Bilhões em 2027, Aumentando a Pressão sobre Bancos e Reguladores

Fraudes no sistema de pagamentos instantâneos devem crescer significativamente, enquanto fraudes com cartões seguem em alta mais moderada.

Por: Redação Fonte: Redação
07/08/2024 às 13h00
Previsão de Perdas por Golpes de Pix Superará US$ 6,8 Bilhões em 2027, Aumentando a Pressão sobre Bancos e Reguladores
Fraudes de Pix: Aumento projetado nas perdas financeiras devido a golpes com pagamentos instantâneos até 2027.

As perdas associadas a golpes envolvendo pagamentos instantâneos no país podem superar US$ 635,6 milhões (aproximadamente R$ 3,6 bilhões) até 2027. Em 2023, esse valor estava estimado em US$ 359,6 milhões (cerca de R$ 2 bilhões). Esses dados foram divulgados pela ACI Worldwide, uma empresa de software especializada em pagamentos em tempo real, em colaboração com a GlobalData, que se dedica à análise e dados globais.

O relatório da pesquisa avaliou seis dos principais mercados de pagamentos em tempo real globalmente, tanto em termos de volume quanto de medidas contra fraudes: Brasil, Estados Unidos, Reino Unido, Índia, Austrália e Arábia Saudita.

A previsão é de que os prejuízos causados por golpes relacionados ao Pix nos países analisados excedam US$ 6,8 bilhões (mais de R$ 38 bilhões) até 2027.

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A análise aborda especificamente fraudes envolvendo transferências por pagamento autorizado, onde criminosos coagem os usuários a realizar transferências para contas sob seu controle. Isso implica que as estimativas não cobrem todas as formas de fraudes financeiras.

No contexto dos golpes de Pix, a ACI explica que o procedimento mais comum é a transferência dos recursos da conta do cliente para diversas contas "laranja" antes de chegarem aos fraudadores ou serem convertidos em ativos digitais de difícil rastreamento.

Frequentemente, o contato entre o golpista e a vítima ocorre através de engenharia social em redes sociais, por telefone ou aplicativos de mensagens.

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Outro levantamento da ACI revela que as fraudes por meio de cartões continuam em ascensão, embora a um ritmo menor. Em 2023, essas fraudes foram estimadas em US$ 545,5 milhões (aproximadamente R$ 3 bilhões) e devem alcançar US$ 853,2 milhões (cerca de R$ 4,8 bilhões) em 2027.

Dessa forma, as perdas relacionadas a golpes de Pix, que representaram cerca de 66% das fraudes associadas a cartões em 2023, devem aumentar para aproximadamente 74% até 2027.

Cleber Martins, responsável pela área de inteligência de pagamentos e soluções de risco da ACI Worldwide, explica que o aumento nos golpes é impulsionado pela expansão dos pagamentos instantâneos globalmente, bem como pelo atraso no desenvolvimento de processos e ferramentas para a detecção de transações fraudulentas.

A ACI projeta que o valor das transações de pagamentos instantâneos no país crescerá a uma taxa média anual de 26% até 2027. Em 2023, as transações do Pix totalizaram R$ 17 trilhões.

O cenário atual coloca as instituições financeiras e reguladores sob pressão, conforme destacado por Cleber Martins. Segundo ele, o mercado está em atraso na implementação de um controle mais rigoroso do “know your customer” (KYC), ou verificação de clientes. Com o crescimento do Pix, há uma necessidade crescente de monitorar com mais atenção a entrada dos recursos na instituição devido à facilidade com que esses fundos podem ser dispersos.

Martins ressalta que é crucial que os bancos envolvidos em uma transação, tanto o remetente quanto o destinatário, possam se comunicar em tempo real. A integração de inteligência artificial poderia aprimorar significativamente esse processo.

Embora a participação do Banco Central (BC) seja essencial no combate às fraudes, Martins acredita que as instituições financeiras devem tratar o tema como prioridade e intensificar suas ações colaborativas. Ele enfatiza a necessidade de uma responsabilidade compartilhada e que executivos devem reconhecer a importância de tomar medidas eficazes. A educação do cliente, embora relevante, não resolve o problema de forma abrangente.

Martins também destaca que a resolução conjunta 6 do BC, que entrou em vigor em novembro de 2023 e exige que as instituições reguladas compartilhem informações sobre suspeitas de fraude, foi um passo importante para combater fraudes.

O relatório indica que os golpes mais frequentes no Brasil estão relacionados a compras:

  • 27% dos participantes relataram pedidos de transferências como adiantamento de pagamento por produtos ou serviços.
  • 20% receberam pedidos de transferência antes da compra de produtos.
  • Outros motivos incluem pedidos para investir em um produto ou empresa (17%), pagar uma fatura ou saldo devedor (10%), transferências solicitadas por alguém fingindo estar em um relacionamento romântico com a vítima (7%), e pagamentos alegando serem de uma pessoa ou organização confiável, como a polícia ou o serviço postal (7%).

O estudo revela que, em média, três em cada 10 vítimas de golpes encerram suas contas, resultando em consequências financeiras para os bancos.

Da redação Ponto Notícias

 

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