Durante uma entrevista à CNN Brasil nesta segunda-feira, 26, o governador do Amazonas, Wilson Lima, expressou críticas à abordagem do governo de Luiz Inácio Lula da Silva em relação às queimadas no Estado. Lima argumentou que a atual administração adota uma postura de punição que, segundo ele, deveria ser uma exceção, mas tem se tornado uma regra. Ele comparou essa política com a do ex-presidente Jair Bolsonaro, afirmando que ambos defendem a geração de empregos e o fortalecimento da atividade econômica na região.
O governador Wilson Lima sugeriu que, em vez de adotar uma abordagem punitiva, o governo deveria concentrar-se em projetos estruturantes para prevenir queimadas. Ele afirmou que o desmatamento e as queimadas na região são reflexos de uma lógica econômica, e que a repressão sistemática não resolve o problema de maneira eficaz. Lima questionou a falta de alternativas oferecidas aos pequenos agricultores, como sistemas agroflorestais e adubo verde, para evitar o uso do fogo.
O governador Wilson Lima destacou a necessidade de abordar o problema das queimadas com medidas estruturantes, como a regularização fundiária, para que pequenos produtores possam ter acesso a financiamento e alternativas sustentáveis ao uso do fogo. Lima observou que as apreensões e a repressão frequentemente afetam os pequenos produtores, que muitas vezes carecem de assistência técnica e documentação adequada, levando-os a recorrer ao fogo devido ao seu baixo custo. Ele ressaltou a importância de fornecer alternativas viáveis para a subsistência das comunidades amazônicas, para evitar que o esforço se resuma apenas a apagar incêndios.
Além disso, Lima informou que o número de incêndios no Amazonas dobrou em comparação ao ano passado, alcançando cerca de 8 mil focos entre julho e agosto de 2024, devido à estiagem severa. Essa seca tem causado problemas humanitários, como a escassez de alimentos e água potável, além de prejudicar a navegabilidade dos rios e o abastecimento local. As queimadas estão concentradas na Região Metropolitana de Manaus e no sul do estado, afetando áreas próximas ao Acre, Rondônia e Pará. Autoridades estaduais e federais estão colaborando para combater os incêndios e mitigar seus impactos ambientais e sociais.
Da redação Ponto Notícias
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