O Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam) revelou em um relatório que a maioria dos focos de calor registrados no estado de São Paulo entre 22 e 24 de agosto ocorreram em áreas utilizadas para a agropecuária, especialmente em plantações de cana-de-açúcar. O estudo identificou 2.600 focos de calor, apontando um cenário alarmante para o setor agrícola no estado.
A diretora de ciência do Ipam, Ane Alencar, classificou a situação como fora do comum, enfatizando que o fogo tem sido visível pela cortina de fumaça que aparece a oeste. A fumaça espessa gerada pelas queimadas tem sido detectada até mesmo por satélites, demonstrando que o problema se estende além das áreas diretamente impactadas pelo fogo.
Arthur Müller, meteorologista do Canal Rural, comentou sobre a situação crítica das queimadas em São Paulo, mencionando que a fumaça originada de incêndios na Amazônia e no Pantanal já afeta dez estados brasileiros. Ele alertou que, sem previsão de chuva e com a elevação das temperaturas em grande parte do país, a tendência é que o cenário se agrave.
Müller também observou que, apesar de uma breve melhora trazida por uma frente fria que aumentou a umidade e baixou as temperaturas, essa condição não é permanente. Ele ressaltou que essa trégua momentânea não indica uma mudança duradoura no clima.
Com a chegada de setembro e a ausência de chuvas significativas na primeira quinzena, o risco de incêndios continua alto, especialmente no interior de São Paulo e no Triângulo Mineiro. Müller destacou que, até o final da primeira quinzena de setembro, ainda não há previsão de chuva, o que aumenta o risco de novos focos de incêndio.
A situação é particularmente preocupante para áreas de cultivo e pastagens, já que a umidade do solo permanece abaixo dos níveis ideais em grande parte do sudeste, comprometendo a produtividade e elevando o risco de incêndios em áreas secas. Com previsões de chuvas mais consistentes somente para outubro, os próximos meses exigirão atenção constante e ações preventivas para minimizar os danos causados pelos incêndios.
Da redação Ponto Notícias
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