O chefe do executivo brasileiro reiterou na sexta-feira (30/8) que não aceita os resultados das recentes eleições na Venezuela, ocorridas em 28 de julho, nem o resultado favorável ao adversário de Nicolás Maduro. Ele afirmou que o líder venezuelano precisará enfrentar as repercussões de suas decisões durante o pleito e reconheceu que fez tentativas de apoiar a nação vizinha.
O presidente brasileiro afirmou que Maduro deve lidar com as consequências de suas ações, enquanto ele mesmo enfrentará as consequências das suas próprias decisões. Em entrevista à Rádio PB, da Paraíba, Lula destacou que, apesar de ter tentado ajudar consideravelmente a Venezuela, não tem uma "relação ideológica" com Maduro. Ele também ressaltou a importância de manter uma boa relação com a Venezuela devido à proximidade geográfica e ao histórico de balanço comercial favorável ao Brasil, que anteriormente registrava um superávit de R$ 4 bilhões.
O presidente Lula expressou que, embora tivesse uma boa relação com o ex-presidente venezuelano Hugo Chávez, ele frequentemente enfrentava desafios e buscava soluções para eles. Ao assumir, Maduro recebeu uma carta de Lula com sugestões para evitar os erros cometidos por Chávez. O presidente brasileiro comentou sobre uma tentativa de reunir líderes do México e da Colômbia para uma decisão conjunta sobre a situação na Venezuela, mas o presidente mexicano não participou por estar prestes a deixar o cargo.
Lula afirmou não reconhecer a vitória de Maduro nem a da oposição nas recentes eleições, argumentando que faltam provas que sustentem essas reivindicações. Ele insistiu na necessidade de convocar novas eleições.
Em relação à Nicarágua, Lula comentou sobre a crise diplomática envolvendo o presidente Daniel Ortega, que resultou na expulsão do embaixador brasileiro após um desentendimento. Ele revelou que tentou intervir a pedido do Papa, mas Ortega não respondeu aos seus esforços. Lula afirmou que, devido a essa falta de comunicação, decidiu não insistir mais.
O governo de Ortega na Nicarágua implementou uma série de prisões e expulsões de membros da Igreja Católica, acusando-os de tentar desestabilizar o governo. Esses religiosos denunciavam diversas violações dos direitos humanos no país.
Lula criticou a abordagem de Ortega, afirmando que não aceitará comportamentos que violem normas diplomáticas. Ele destacou que, no Brasil, um embaixador não seria forçado a comparecer a eventos, como o convite para o 7 de setembro. Lula ressaltou que o Brasil não busca conflitos e não tolerará ações que desafiem seu status diplomático.
Da redação Ponto Notícias
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