A Embrapa lançou recentemente sua terceira variedade de amora-preta sem espinhos, chamada BRS Karajá. Essa nova cultivar oferece vantagens significativas, como uma maior eficiência na colheita e na poda, com uma redução de tempo de pelo menos 30% em comparação com variedades com espinhos. Além disso, ela facilita os cuidados com a plantação, reduzindo o tempo necessário para os tratos culturais e liberando mais mão de obra para o manejo. Outra característica positiva é que os frutos têm um sabor menos amargo.
Maria do Carmo Bassols Raseira, pesquisadora da Embrapa Clima Temperado (RS) e coordenadora do programa de melhoramento genético em amoreira-preta, explica que a nova cultivar proporciona uma economia significativa no tempo necessário para os tratos culturais, como a condução, poda e colheita.
A BRS Karajá é uma amora-preta que se diferencia das cultivares anteriores por ter menor acidez e amargor, tornando-se mais atraente para o mercado. Essa nova variedade é ideal para congelamento, processamento ou consumo in natura. A pesquisadora Maria do Carmo Bassols Raseira destaca que, apesar do mercado de frutas para fins industriais ainda ser o mais procurado, as cultivares anteriores sem espinhos apresentavam frutos com sabor mais amargo, o que não é o caso da BRS Karajá.
A BRS Karajá, com seu baixo amargor, é uma variedade de amora-preta que segue a tradição de nomear cultivares em homenagem aos povos indígenas do Brasil. A ausência de espinhos na planta traz benefícios significativos, como maior eficiência na colheita, o que melhora a qualidade das frutas destinadas ao consumo in natura. Isso se deve à maior agilidade no processo de colheita, menor necessidade de mão de obra, e a possibilidade de realizar a colheita em horários mais adequados, evitando os períodos de calor intenso. Além disso, o pesquisador Carlos Augusto Posser Silveira destaca que a falta de espinhos facilita as atividades no pomar, como a condução da planta e a poda, embora esses aspectos dependam de outros fatores, como o manejo da adubação e da irrigação, e a experiência dos trabalhadores.
Nos últimos dez anos, a produção de amora no Brasil aumentou significativamente, com um crescimento expressivo nas regiões produtoras. Atualmente, a produtividade das frutas varia entre 15 a 20 toneladas por hectare ao ano, e a área cultivada também se expandiu, atingindo cerca de 1,1 mil hectares. As principais regiões produtoras estão concentradas no Sul e Sudeste, com destaque para os estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Minas Gerais, São Paulo e Espírito Santo.
O processo de melhoramento genético da amoreira-preta no Brasil teve início no final dos anos 1970. Desde então, o país desenvolveu dez cultivares nacionais, adaptadas às condições locais e capazes de atender tanto às demandas dos agricultores quanto às exigências do mercado.
Da redação Ponto Notícias
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