A Justiça venezuelana aceitou a solicitação do Ministério Público para prender Edmundo González Urrutia, que foi o representante da oposição nas eleições presidenciais de 28 de julho, nas quais Nicolás Maduro foi declarado vencedor. A ordem de prisão foi emitida após o candidato não atender a três convocações do Ministério Público, alegando não reconhecer as acusações feitas contra ele. O Ministério Público o acusa de "suposta usurpação de funções" e "falsificação de documentos públicos," relacionados aos registros eleitorais obtidos por representantes da oposição que indicariam a derrota de Maduro.
O político de 75 anos também enfrenta acusações de "incitação à desobediência das leis", "conspiração" e "sabotagem" do sistema eleitoral.
Divulgação de registros eleitorais
A investigação contra Urrutia está relacionada à divulgação de atas eleitorais obtidas por representantes da oposição e membros das seções eleitorais em um site. A principal aliança de oposição, a Plataforma Unitária Democrática (PUD), afirma ter acessado 83,5% dessas atas, as quais indicariam a vitória de Urrutia. No entanto, o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela proclamou a vitória do presidente Nicolás Maduro, sem fornecer transparência sobre os detalhes do resultado.
O prazo legal de 30 dias para a divulgação dos resultados detalhados da eleição, previsto pela legislação venezuelana, expirou sem que os dados por mesa eleitoral fossem publicados. A oposição venezuelana e vários países questionam a eleição, e alguns até reconhecem Urrutia como o vencedor.
O Tribunal Supremo de Justiça (TSJ), em decisão que validou a vitória de Maduro, reafirmou a exigência de divulgar os dados dentro do prazo legal. Na semana passada, o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) afirmou que seguiria a decisão do tribunal, mas isso ainda não aconteceu.
Em 25 de agosto, Urrutia, através de um vídeo nas redes sociais, declarou que o Ministério Público tentava convocá-lo para uma "entrevista" sem especificar as condições e pré-qualificando crimes que ele não cometeu.
O governo de Nicolás Maduro tem respondido com repressão violenta contra os opositores e as manifestações que questionam os resultados das eleições. Até o momento, 27 pessoas morreram, pelo menos 192 ficaram feridas e mais de 2.400 foram presas.
Da redação Ponto Notícias
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