Deputados alinhados ao ex-presidente estão buscando vincular seu apoio ao candidato indicado pelo atual presidente da Câmara, Arthur Lira, à aprovação de uma proposta de lei que concede anistia a indivíduos envolvidos na invasão e vandalismo das sedes dos Três Poderes em 8 de janeiro de 2023. Este esforço é parte de uma pressão contínua no Congresso para avançar com um pedido de impeachment contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal.
O projeto de lei está previsto para ser discutido na sessão de hoje da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara. A presidente da comissão, Caroline de Toni, que é apoiadora do ex-presidente, afirmou que o projeto será analisado pelos parlamentares. O deputado Rodrigo Valadares, relator do projeto e também próximo ao ex-presidente, já expressou apoio à proposta.
Este projeto de lei é uma das prioridades dos apoiadores do ex-presidente no Congresso. Durante uma manifestação em São Paulo no sábado, o deputado Nikolas Ferreira revelou que o candidato proposto por Lira para sucedê-lo na presidência da Câmara só terá o apoio da extrema direita se a proposta de anistia for aprovada.
No entanto, há um obstáculo significativo: o Centrão está relutante em apoiar o projeto de lei devido aos possíveis impactos negativos junto ao eleitorado. Além disso, caso o projeto seja aprovado, é previsto que o Supremo Tribunal Federal (STF) seja acionado para declarar a proposta como inconstitucional.
Durante uma sessão no plenário da Câmara, o deputado Sargento Gonçalves (PL-RN) manifestou apoio ao impeachment dos ministros do Supremo. Ele expressou sua frustração com o poder excessivo de um ministro e pediu que a Câmara e o Senado adotem uma postura firme para atender à demanda popular. Gonçalves criticou o STF por, segundo ele, perseguir cidadãos que exercem seu direito de expressão, destacando sua oposição à atuação do ministro Alexandre de Moraes.
O deputado Coronel Ulysses (União-AC) afirmou ter assinado o pedido de afastamento do ministro Alexandre de Moraes, alegando que o magistrado cometeu um crime ao emitir um julgamento em situação em que deveria estar impedido por lei. Ulysses fez referência a mensagens trocadas entre Moraes e seus assessores, que foram divulgadas pela imprensa.
O presidente da Câmara, Arthur Lira, não expressou apoio público a nenhum dos candidatos que buscam sucedê-lo. Inicialmente, Lira considerava apoiar Elmar Nascimento (União-BA) para a presidência da Câmara. No entanto, com a entrada de Hugo Motta (Republicanos-PB) na disputa, Lira se manteve reservado, já que tem um bom relacionamento com ambos os candidatos. O deputado Antonio Brito (PSD-BA) também é candidato à presidência da Câmara.
Da redação Ponto Notícias l 08 de Janeiro