Uma pesquisa recente identificou que o cérebro masculino passa por mudanças consideráveis no tamanho ao longo do dia, com reduções que podem chegar a 70%. Essa variação está diretamente associada às flutuações nos níveis de hormônios esteroides, como testosterona e cortisol, que variam durante o ciclo diário nos homens.
A equipe de pesquisa, liderada por Laura Pritschet, da Universidade da Pensilvânia, conduziu exames de ressonância magnética em um homem ao longo de um mês. Os resultados apontam que, nas primeiras horas da manhã, quando os hormônios estão em níveis mais altos, o cérebro tende a ser maior. Já no período noturno, com a queda hormonal, o volume cerebral diminui.
Essas mudanças não são pontuais e ocorrem ao longo de toda a vida do homem, embora a intensidade das flutuações possa variar de indivíduo para indivíduo. O estudo sugere que as variações hormonais diárias têm um impacto direto no volume cerebral, reforçando a relação entre hormônios e a estrutura cerebral masculina.
A pesquisadora Laura Pritschet explicou que as mudanças no cérebro masculino ao longo do dia podem ser comparadas a um "ritmo pulsante", com variações mais intensas pela manhã e à noite. Embora as mulheres também experimentem alterações hormonais diárias, essas oscilações são menos pronunciadas devido à influência do ciclo menstrual, que provoca mudanças hormonais de longo prazo.
O estudo também mostrou que o córtex cerebral, especialmente nas áreas occipital e parietal, sofre mais impacto com o encolhimento, e a matéria cinzenta, composta por neurônios, perde cerca de 0,6% de seu volume total. Essas descobertas reforçam a ligação entre flutuações hormonais e alterações na estrutura cerebral.
As regiões mais profundas do cérebro, como o cerebelo, tronco cerebral e hipocampo, também apresentaram mudanças ao longo do dia, sugerindo que as flutuações hormonais afetam não apenas a superfície do cérebro, mas também áreas essenciais para funções como coordenação motora, comunicação com o corpo e memória.
Apesar dessas descobertas, os cientistas ainda não compreendem completamente a relação exata entre a variação hormonal e as alterações cerebrais. Elle Murata, coautora do estudo, destacou que essas pesquisas ajudam a quebrar o mito de que os hormônios têm relevância apenas para as mulheres, mostrando que eles também influenciam o cérebro masculino de maneira significativa.
Os resultados deste estudo destacam a complexidade das interações entre hormônios e o cérebro masculino ao longo do dia. Embora as variações hormonais já fossem conhecidas, essa pesquisa oferece uma nova perspectiva ao demonstrar que o volume cerebral pode ser afetado diretamente por essas flutuações, algo que ainda não era totalmente compreendido.
Apesar das descobertas promissoras, os pesquisadores alertam que há muito a ser explorado. A relação entre as mudanças hormonais e suas consequências no comportamento ou na saúde mental ainda é uma área que precisa de mais investigação. Entender essas interações pode abrir portas para novas abordagens em tratamentos neurológicos e psiquiátricos.
Este estudo também ressalta a importância de considerar os hormônios em ambos os sexos, uma vez que eles desempenham papéis cruciais não apenas no corpo, mas também no cérebro. A investigação contínua dessas variações pode trazer avanços significativos no campo das ciências cerebrais, levando a uma compreensão mais completa das funções cognitivas e emocionais nos homens.
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