O Programa de Redução de Emissões provenientes de Desmatamento e Degradação Florestal (REDD+) do Tocantins ganhou destaque em um importante evento internacional voltado para questões climáticas. Realizado de 23 a 29 de setembro em Nova Iorque, o evento foi promovido pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) e reuniu especialistas que debateram os progressos e desafios enfrentados pelos estados brasileiros na captação de recursos financeiros para combater o desmatamento e a degradação florestal.
Durante o encontro, Paulo Waikarnãse Xerente, secretário de Estado dos Povos Originários e Tradicionais, representou o governo do Tocantins. Ele destacou as estratégias para aumentar o acesso ao financiamento climático, com foco na expansão das iniciativas do programa REDD+ no estado. Além disso, frisou a importância de garantir o engajamento das comunidades indígenas e tradicionais na agenda de preservação ambiental.
Desde que o contrato foi assinado em 2023, a Secretaria de Estado dos Povos Originários e Tradicionais (Sepot) tem intensificado o diálogo com as comunidades indígenas e quilombolas, buscando incluir o mercado de crédito de carbono na realidade dessas populações. Segundo o secretário Paulo Waikarnãse Xerente, essa base de trabalho permitirá uma participação ativa na COP30, onde o estado pretende defender os interesses desses povos e promover soluções climáticas sustentáveis.
Durante o evento, Xerente também destacou a importância das oficinas e ações de escuta que estão sendo realizadas nas comunidades tradicionais do estado, ressaltando o compromisso em garantir que essas populações tenham voz nas discussões sobre preservação ambiental e clima.
O REDD+, criado em 2005 no contexto da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima, é uma iniciativa que visa recompensar financeiramente países em desenvolvimento que consigam reduzir suas emissões de gases de efeito estufa. A Semana do Clima de Nova Iorque, em sua 16ª edição, é um dos maiores fóruns globais focados em discutir a agenda climática e ampliar a conscientização pública sobre o tema.
A programação da Semana do Clima de Nova Iorque incluiu dois painéis temáticos, voltados a discutir as oportunidades e desafios do mercado de carbono no Brasil. Além disso, foram abordados os avanços e obstáculos das políticas ambientais associadas ao REDD+ na Amazônia Legal, destacando a importância dessas iniciativas para a preservação ambiental.
No painel intitulado Programa REDD+ Jurisdicional na Amazônia brasileira: Progresso e Desafios, participaram especialistas renomados que trouxeram diversas visões sobre o tema. Representantes de diferentes estados da Amazônia, como secretários estaduais dos povos indígenas, diretores de institutos climáticos e superintendentes de meio ambiente, contribuíram para um debate profundo sobre as conquistas e os desafios do programa na região amazônica.
Outro painel, com o tema REDD+ e o Mercado de Carbono no Brasil: Progresso, Desafios e Perspectivas dos Povos Indígenas, contou com a participação de representantes do Conselho Indígena do Acre, da Noruega e da Emergent, uma instituição sem fins lucrativos que desenvolve soluções escaláveis e confiáveis para a proteção florestal. Durante o evento, foram compartilhadas informações sobre o contrato legal de compra e venda no mercado de crédito de carbono, o Emission Reduction Purchase Agreement (ERPA).
A convite da Coalizão Leaf e do Governo do Pará, o Governo do Tocantins esteve presente na cerimônia que marcou a primeira transação comercial de créditos de carbono jurisdicionais realizada por um governo da região amazônica. Na ocasião, o Pará assinou um acordo que envolveu a venda de quase R$ 1 bilhão em créditos de carbono, tornando-se o primeiro estado brasileiro a garantir financiamento da Coalizão Leaf. Esse marco é um dos passos importantes na preparação do estado para a 30ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP30), que será sediada em Belém.
Da redação Ponto Notícias l Com informação Secom Tocantins
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