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Reunião do PDT define foco para 2026

Partidos em Debate e Prioridades para Eleições Futuras

Por: Redação Fonte: Redação
28/10/2024 às 11h00
Reunião do PDT define foco para 2026
Deputados do PDT se reúnem para discutir estratégias para as eleições de 2026.

A bancada do PDT na Câmara dos Deputados vai se reunir para discutir o futuro de Ciro Gomes no partido. Alguns parlamentares defendem que o ex-ministro seja convidado a se desligar da legenda, enquanto outros preferem um posicionamento mais moderado, indicando que ele deixe apenas a vice-presidência nacional. A decisão surgiu após desentendimentos sobre os rumores segundo políticos de Ciro, que, alguns membros do PDT, teriam adotado uma postura que vai contra o apoio a candidaturas do próprio partido, o que pode impactar níveis de desempenho nas eleições de 2026.

A preocupação da parte dos deputados é que essa divergência prejudica o partido na busca por manter a representatividade na Câmara dos Deputados, considerando a exigência da cláusula de barreira. Para alcançar essa meta, o PDT precisa eleger um mínimo de 13 deputados ou garantir 2,5% dos votos válidos nas próximas eleições, o que está em risco caso os conflitos internos continuem.

Os parlamentares que apoiam a saída de Ciro Gomes desejam formalizar um requerimento solicitando a análise de sua exclusão do partido, caso não haja consenso entre a bancada e o diretório do PDT sobre o tema. Esse grupo argumenta que, se a discussão não avançar por meio de um acordo, a medida oficial será necessária para abrir caminho para a avaliação interna da permanência do ex-ministro na legenda.

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O deputado Josenildo (PDT-AP) declarou que formalizará um pedido de expulsão de Ciro Gomes caso o partido não alcance uma decisão consensual sobre o tema. Segundo Josenildo, Ciro está se distanciando dos ideais do PDT, e essa divergência compromete o crescimento e a coesão interna da legenda. Para ele, o ex-ministro deveria buscar uma sigla mais homologada às suas posições atuais, permitindo que o PDT siga com sua própria trajetória de fortalecimento.

Os parlamentares descontentes com Ciro Gomes avaliam que sua postura independente ameaça o desempenho do PDT nas eleições de 2026 e enfraquece a relação da legenda com o governo. Para esse grupo, as divergências de Ciro com a direção do partido colocam em risco a coesão necessária para enfrentar os próximos desafios eleitorais e manter uma colaboração estratégica com a administração federal.

Os parlamentares do PDT contrários à permanência de Ciro Gomes no partido destacam seu comportamento durante as eleições municipais em Belo Horizonte e Fortaleza como prejudicial à imagem e ao desempenho da sigla. Em Belo Horizonte, Ciro criticou publicamente a candidata do PDT à prefeitura, a deputada Duda Salabert, alegando falta de preparo para a carga, o que gerou descontentamento interno. A própria Duda, em mensagens aos aliados, chegou a descrever Ciro como um “repelente de votos”.

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A preocupação principal, no entanto, envolve a atuação de Ciro em Fortaleza. Deputados do PDT enxergam um “apoio velado” de Ciro ao candidato André Fernandes, aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro, que disputa o segundo turno contra Evandro Leitão, do PT. Esse gesto é visto como um afastamento das diretrizes partidárias e um sinal de alinhamento com figuras externas à ideologia do PDT, reforçando as demandas internas por sua saída.

O PDT no Ceará desenvolveu uma postura de neutralidade para o segundo turno das eleições em Fortaleza, permitindo que seus membros apoiassem livremente qualquer um dos candidatos à prefeitura. Essa orientação gerou um desdobramento significativo, pois o ex-prefeito Roberto Cláudio decidiu apoiar André Fernandes, participando de sua campanha. Além disso, dois irmãos de Cláudio desenvolveram com R$ 500 mil para a candidatura de Fernandes, e seis dos oito vereadores eleitos pelo PDT se alinharam ao seu apoio, refletindo uma divisão interna que contrasta com a direção oficial do partido. Essa situação ressalta ainda mais as preocupações dos parlamentares descontentes com Ciro Gomes, que veem essas ações como uma ameaça à unidade e à estratégia do PDT.

A Juventude do PDT expressou descontentamento em relação à decisão de apoiar André Fernandes, emitindo uma nota pública de crítica. Em resposta, Ciro Gomes pediu “mais respeito” e ameaçou expor verdades que, segundo ele, o partido “precisa ouvir”. O ex-ministro destacou que o PDT “não é, nem nunca será, um puxadinho do PT”, reafirmando sua posição de independência em relação ao partido.

Essa tensão interna remonta a 2022, quando Ciro Gomes teve uma rixa significativa com seu irmão, o senador Cid Gomes, do PSB, resultando na saída de Cid e de seus aliados do PDT. Essa ruptura levou a uma sigla a se desvincular da base governamental, de qual o PT era o principal parceiro. A situação reflete as profundas divisões dentro do partido, que agora se intensificam com as divergências em relação à liderança e à direção política a seguir.

Roberto Cláudio, que foi candidato pelo PDT ao governo do estado em 2022, sofreu uma derrota para Elmano de Freitas, do PT. Na eleição deste ano em Fortaleza, o atual prefeito José Sarto, também do PDT, não conseguiu avançar para o segundo turno. Essa situação se complica ainda mais com a presença de Evandro Leitão, um ex-membro do PDT que migrou para o PT após a saída de Cid Gomes.

Dentro da bancada, prevaleceu um sentimento de que o PDT saiu enfraquecido das eleições de 2024 e que será necessário um processo de retirada, baseado nos parlamentares que foram eleitos em 2022. Os deputados reiteram a urgência de revitalizar a sigla e fortalecer suas bases, de modo a renovar a relevância no cenário político local e garantir sua sobrevivência em futuras disputas eleitorais.

O desempenho do PDT nas eleições deste ano foi desastroso, colocando uma sigla entre os piores resultados do primeiro turno. Comparado a 2020, o partido perdeu 163 prefeituras, conquistando apenas 148 municípios. No Ceará, que é considerado o reduto da sigla, a situação foi ainda mais grave, com a queda de 67 prefeitos eleitos em 2020 para apenas cinco em 2024.

A primeira reunião da bancada de deputados após o resultado refletiu um clima de desolação, descrito como "terra arrasada". Enquanto isso, o PSB, liderado por Cid Gomes, obteve um desempenho notável, vencendo em 65 dos 184 municípios do estado, evidenciando uma crescente popularidade e eficácia do partido em comparação com o PDT. Essa disparidade nos resultados ressalta a necessidade urgente de reavaliação e reestruturação dentro da sigla, que enfrenta um desafio significativo para recuperar sua posição no cenário político.

Durante a reunião marcada para esta quarta-feira (30), um grupo de deputados do PDT, entre os 18 presentes na Câmara, propôs que a prioridade do partido para as eleições de 2026 sejam as candidaturas à Câmara dos Deputados e ao Senado Federal. Há um consenso de que, para garantir sua continuidade, o PDT deve considerar a formação de uma federação.

Atualmente, os partidos mais discutidos para essa possível aliança são PSB, PSDB e Solidariedade. A maior preocupação da bancada se concentra no PSDB, que pode lançar o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, como candidato à presidência. Para os defensores dessa proposta, isso significaria direcionar recursos para apoiar um candidato que poderia se opor ao governo do qual o PDT faz parte. O deputado Josenildo expressou sua posição, afirmando que o partido precisa ser leal ao governo de Lula se pretende continuar nessa aliança. Ele ressalta que, se o PDT deseja concorrer à presidência, o primeiro passo seria liberar espaço para o presidente Lula, enfatizando que é desonesto tentar competir em uma eleição enquanto ocupa uma carga de apoio no governo.

Da redação Ponto Notícias

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