Após um desempenho considerado abaixo das expectativas nas recentes eleições, surgiu internamente no Partido dos Trabalhadores (PT). Uma divergência notável ocorreu entre Gleisi Hoffmann e Alexandre Padilha, destacando a insatisfação com os resultados. Padilha comparou a situação do partido a uma “zona de rebaixamento”, o que gerou uma resposta de Hoffmann, ressaltando o impacto dos resultados na dinâmica interna e na estratégia futura da legenda.
O desempenho insatisfatório do Partido dos Trabalhadores (PT) nas últimas eleições municipais desencadeou uma crise interna, com debates públicos intensificados nesta segunda-feira (28). A troca de declarações ganhou destaque após Alexandre Padilha, ministro-chefe da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência, mencionar que o partido tem figurado na "zona de rebaixamento" – termo originado do futebol – desde o ano de 2016, o que suscitou reações e profundamente dentro da legenda.
Padilha destacou o sucesso do PT nas eleições presidenciais, mas apontou que, em sua visão, o partido ainda não conseguiu se recuperar nas disputas municipais desde 2016. Segundo ele, embora tenha tido vitórias importantes, como a eleição em uma capital e em estratégicas No segundo turno, o PT ainda precisa de um esforço contínuo para retomar o protagonismo, principalmente em municípios de grande e médio porte. Ele comentou essas reflexões durante um pronunciamento no Palácio da Alvorada, indicando que o partido deverá analisar os resultados e buscar estratégias para fortalecer sua presença nas eleições locais.
A declaração de Padilha gerou perturbação na liderança do PT, especialmente na presidente nacional do partido, Gleisi Hoffmann, que manifestou sua insatisfação durante uma reunião executiva dedicada a avaliar os resultados das eleições municipais. Hoffmann classificou a fala de Padilha como “desrespeitosa” e revelou que solicitou sua presença na reunião para tratar do assunto. Contudo, segundo ela, Padilha alegou compromissos e não compareceu ao encontro.
Na reunião, o deputado federal Jilmar Tatto (SP), secretário nacional de comunicação do PT, também criticou o ministro Alexandre Padilha, que atualmente ocupa a posição de chefe da articulação política no governo. Tatto expressou seu descontentamento com as declarações de Padilha, reforçando o desagrado do partido com o comentário sobre o desempenho da legenda nas eleições legislativas.
Jilmar Tatto, em sua declaração, alfinetou Padilha ao fazer uma referência ao termo "zona de rebaixamento", usado pelo ministro para descrever o desempenho do PT, dizendo que há "muitos ministros jogando na várzea", ressaltando que isso pode ser arriscado para as eleições de 2026. Tatto criticou ainda a postura de Padilha e outros ministros por aparecerem publicamente ao lado de candidatos adversários do PT em algumas cidades, o que, segundo ele, defendeu a articulação política do governo.
Tatto também revelou a postura de Padilha por aparecer em fotos com candidatos que competem com representantes do PT. Ele enfatizou que essa ação resultou em uma desarticulação na estratégia política do governo, mencionando que alguns ministros, ao se encontrarem com opositores em cidades onde o PT tinha candidaturas, comprometeram a unidade do partido.
Posteriormente, Gleisi Hoffmann recorreu às redes sociais, expressando sua posição sobre a situação e gerando mais discussão no X sobre a controvérsia interna no partido.
Gleisi Hoffmann enfatizou a necessidade de relembrar o ministro Padilha sobre os desafios enfrentados pelo partido desde 2016, incluindo a predominância de uma base de centro e direita no Congresso, refletida nas eleições municipais. Ela ressaltou que o PT tem enfrentado as consequências de estar em um governo de ampla coalizão e criticou a explosão da extrema-direita, afirmando que menosprezar o esforço do partido não ajuda a mudar a dinâmica política atual.
Além disso, Hoffmann pediu que Padilha concentrasse suas atenções nas articulações políticas sob sua responsabilidade, que, segundo ela, influenciaram os resultados obtidos. Ela reforçou a importância de respeito pelo PT, destacando sua luta pelo ex-presidente Lula em tempos difíceis.
Nos comentários da publicação, muitos internautas, incluindo membros do partido, pediram que Gleisi Hoffmann fizesse uma autocrítica e sugeriram que as questões internas do PT fossem resolvidas em privado. Um usuário enfatizou a necessidade de reflexão, afirmando que Padilha estava certo em suas observações e que o dirigente estava equivocado. Outro comentarista encontrado, ressaltando que tanto Padilha quanto Hoffmann deveriam considerar a importância da autocrítica, especialmente diante dos resultados insatisfatórios nas eleições municipais e na articulação política do partido.
Um usuário expressou incerteza sobre quem estava certo e sugeriu que ambos, Padilha e Hoffmann, discutiram suas diferenças em um grupo no WhatsApp. Outro comentarista defendeu Padilha, afirmando que não houve erros e criticou a falta de renovação do PT, alertando que o partido poderia ser superado pelo Centrão se continuasse com suas ideias antiquadas. Por fim, um internauta pediu que Padilha renunciasse ao seu cargo para o bem do partido, diminuindo o descontentamento com sua postura.
Da redação Ponto Notícias l Com informação Ana Carolina Curvello