Os Estados Unidos fizeram uma declaração inédita ao se referirem a González Urrutia como o “presidente eleito” da Venezuela, marcando uma mudança no tom oficial do país em relação à liderança venezuelana. Essa é a primeira ocasião em que o termo é utilizado pelas autoridades americanas, sinalizando um posicionamento político significativo.
O governo dos Estados Unidos anunciou oficialmente, nesta terça-feira (19), o reconhecimento de Edmundo González Urrutia como presidente eleito da Venezuela. Essa declaração ocorre após as eleições realizadas em 28 de julho, nas quais Urrutia concorreu como representante da maior aliança de oposição ao governo de Nicolás Maduro.
O secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, ressaltou, por meio de publicações em redes sociais, o resultado das eleições na Venezuela. Ele destacou que o povo venezuelano expressou de forma contundente sua escolha em 28 de julho, elegendo Edmundo González Urrutia como presidente, e enfatizou que a democracia exige a valorização da vontade popular manifestada nas urnas.
A administração de Joe Biden havia declarado anteriormente, em 1º de agosto, o reconhecimento de Edmundo González Urrutia como o vencedor do pleito venezuelano. No entanto, até então, evitou-o classificá-lo oficialmente como “presidente eleito”. Por outro lado, o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) anunciou a reeleição de Nicolás Maduro, mas não apresentou documentos oficiais detalhando os resultados das eleições, levantando questionamentos sobre a transparência do processo.
A principal aliança de oposição na Venezuela, a Plataforma Unitária Democrática (PUD), divulgou dados que confirmaram a vitória de seu representante, Edmundo González Urrutia. Atualmente exilado na Espanha, González alega ter sido alvo de perseguição pelas autoridades do regime de Nicolás Maduro desde setembro.
Pela primeira vez, os Estados Unidos adotaram oficialmente o título de “presidente eleito” ao se referir a González Urrutia. A confirmação foi feita por um alto funcionário da administração americana à agência EFE.
A escolha do governo de Joe Biden de adotar o termo “presidente eleito” ao se referir a Edmundo González Urrutia está vinculada à proximidade da posse de Nicolás Maduro para um terceiro mandato, agendado para 10 de janeiro.
Conforme esclarecido por um representante da administração americana, essa designação não implica um reconhecimento formal de González Urrutia como o líder em exercício da Venezuela. Contudo, reforça a posição dos Estados Unidos de vê-lo como o legítimo vencedor das eleições realizadas em julho.
Um representante oficial destacou que a abordagem atual dos Estados Unidos difere de 2019, quando o governo Trump designou Juan Guaidó como “presidente legítimo” da Venezuela.
Segundo uma porta-voz do Departamento de Estado, há consenso entre os EUA, outros países e observadores internacionais de que Edmundo González Urrutia obteve a maioria dos votos nas eleições de julho, o que justifica a sua designação como “presidente eleito”.
– O povo venezuelano deixou claro, de maneira contundente e inequívoca, seu desejo por uma mudança democrática. Os registros de votação disponíveis comprovaram essa realidade – afirmou o porta-voz.
Da redação Ponto Notícias Política