Um parque no Pará atualizou uma estratégia inovadora para estimular a reprodução de flamingos em cativeiro: a instalação de espelhos nos recintos das aves. Essa medida tem como objetivo replicar a sensação de um grupo maior, proporcionando um ambiente mais acolhedor e que se assemelhe ao comportamento natural da espécie.
Para os flamingos, a convivência em grandes bandos é fundamental para o bem-estar e também para o sucesso reprodutivo. A ilusão de uma comunidade numerosa, criada pelos reflexos nos espelhos, contribui para reduzir o estresse e favorecer as interações sociais, elementos essenciais para a reprodução dessas aves.
Os especialistas do Parque Zoobotânico Mangal das Garças, em Belém (PA), implementaram o uso de espelhos como uma abordagem para criar a reprodução de flamingos no local. Posicionados nas margens do Lago Cavername, os espelhos criam a impressão de um bando mais numeroso, replicando condições que ajudam as aves a se sentirem seguras para iniciar o processo reprodutivo.
Em seu habitat natural, os flamingos precisam de grupos com pelo menos 30 membros para garantir a sensação de segurança necessária para acasalarem, construirem ninhos e colocarem ovos. A ilusão proporcionada pelos espelhos busca recriar esse cenário, contribuindo para o bem-estar e a continuidade da espécie no ambiente controlado do parque.
Para expandir o grupo de flamingos do parque, composto por exemplares de duas espécies, a equipe técnica do Mangal das Garças implementa estratégias específicas. Entre eles, destaca-se a oferta de rações com maior teor proteico e a criação de ninhos de lama que replicam aqueles encontrados no ambiente natural.
A instalação de espelhos no espaço destinado às aves, uma iniciativa recente, também tem atraído a atenção dos visitantes. A técnica não apenas promove o bem-estar dos flamingos, mas também desperta interesse pelo engenhoso método de reprodução adotado no parque.
O biólogo Basílio Guerreiro, do Mangal das Garças, explica que estratégias semelhantes já foram utilizadas com sucesso em outros zoológicos brasileiros. Ele destaca que o método consiste em criar a ilusão de que o número de aves é duplicado, proporcionando maior sensação de segurança ao grupo.
Com os 17 flamingos atualmente no parque, os espelhos fazem com que eles percebam um total de 34 indivíduos, condição que favorece a proteção do perfil futuro. Guerreiro reforça que essa técnica tem mostrado resultados positivos em diversas instituições do país, comprovando sua eficácia na reprodução das aves.
Os flamingos, pertencentes à família Phoenicopteridae, são aves que habitualmente formam bandos muito numerosos, com registros de grupos que podem atingir até um milhão de indivíduos.
A vida em grandes situações oferece benefícios essenciais para essas aves, sobretudo no que diz respeito à sensação de segurança, já que um número maior de indivíduos reduz os riscos de ataques de predadores.
O uso de espelhos no recinto dos flamingos também é descrito como uma técnica de enriquecimento ambiental. Segundo o biólogo Basílio Guerreiro, esse método busca cultivar comportamentos e habilidades naturais das aves, recriando elementos que imitam o ambiente em que vivem na natureza.
Localizado em Belém (PA), o Mangal das Garças é gerido pela Organização Social Pará 2000 e atua como um importante espaço de preservação ambiental, abrigando uma rica diversidade de fauna e flora. O parque está aberto ao público de terça a domingo, com entrada gratuita.
Da redação Ponto Notícias l Vitória Rosendo *CR