O Ministério Público apresentou um pedido de declaração de inelegibilidade de Ronaldo Caiado e também para a cassação da chapa liderada por Sandro Mabel. A solicitação está relacionada a uma investigação que apura possíveis práticas de abuso de poder político ocorridas nas eleições municipais deste ano.
O Ministério Público Eleitoral exigiu que o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), seja declarado inelegível. Além disso, pediu a cassação da chapa de Sandro Mabel (União Brasil), prefeito eleito de Goiânia, sob a acusação de abuso de poder político.
Conforme aponta a Ação de Investigação Judicial Eleitoral (AIJE), Ronaldo Caiado e Sandro Mabel teriam usado o Palácio das Esmeraldas, sede do governo estadual, para promover eventos em benefício da campanha eleitoral de 2024.
O Ministério Público Eleitoral alega que jantares realizados no local, amplamente divulgados nas redes sociais, serviram para fortalecer a candidatura de Mabel e sua vice, Claudia Lira. A utilização de um espaço público, assim como o fornecimento de alimentos, bebidas e serviços financiados pelo governo, foi caracterizada como uma infração cometida por agentes públicos, conforme a representação.
Entre os eventos relatados na ação, destaca-se um encontro realizado em 7 de outubro, no qual Ronaldo Caiado recebeu Sandro Mabel e 26 vereadores eleitos de Goiânia no Palácio das Esmeraldas.
A coligação adversária, composta por PL e Novo, também ocorreu um jantar semelhante em 9 de outubro, com a participação de suplentes de vereadores e lideranças políticas. Durante esse evento, Caiado e Mabel fizeram discursos de apoio à campanha, reforçando as acusações de uso indevido de recursos públicos.
O Ministério Público Eleitoral destacou a seriedade das ações, alegando que comprometeram a integridade do processo eleitoral. Segundo o Órgão, a ampla divulgação dos eventos e o uso de recursos públicos teve como objetivo favorecer diretamente a candidatura de Sandro Mabel.
O impacto dessas práticas foi significativo, contribuindo para a vitória de Mabel no segundo turno, com 55,5% dos votos válidos, contra os 44,4% obtidos por Fred Rodrigues, candidato da coligação adversária.
O pedido de inelegibilidade e a possível cassação da chapa de Sandro Mabel geram incertezas sobre a condução do Executivo municipal em Goiânia. Caso a Justiça Eleitoral acolha os pedidos do MP, o cenário pode levar a uma nova eleição ou, em algumas circunstâncias, à posse do segundo colocado, Fred Rodrigues, que obteve 44,4% dos votos no segundo turno. Essa indefinição coloca o município em um momento delicado, com impacto direto na gestão pública e na confiança dos eleitores no sistema democrático.
A surpresa com o mandato atual reside no uso do Palácio das Esmeraldas para eventos que, segundo o MP Eleitoral, favoreceram uma candidatura específica, algo incomum na política goiana. Resta agora aguardar a decisão da Justiça para entender como será solucionada a questão e se isso será aberto precedentemente para casos semelhantes. A situação evidencia a necessidade de fortalecer o controle sobre os recursos públicos e garantir a imparcialidade durante os pleitos eleitorais.
Da redação Ponto Notícias l Goiânia