Um relatório divulgado pelas Nações Unidas revelou que aproximadamente 20 mil corpos estão armazenados em instalações no aeroporto de Bogotá, na Colômbia. O documento destaca a impossibilidade de identificar essas pessoas devido à ausência de recursos e métodos necessários, o que impede que sejam devidamente sepultadas.
O Comitê das Nações Unidas sobre Desaparecimentos Forçados informou que aproximadamente 20 mil corpos não identificados estão armazenados em um hangar do aeroporto de Bogotá, na Colômbia. A falta de recursos e métodos adequados impossibilita a identificação e o sepultamento desses indivíduos. A especialista Carmen Rosa Vila, membro do comitê, divulgou a situação em uma entrevista coletiva realizada na capital colombiana.
Carmen Rosa Vila detalhou que o dado foi fornecido pelo Instituto de Medicina Legal e Ciências Forenses da Colômbia. Segundo ela, trata-se de corpos já armazenados no local e não encontrados recentemente. O especialista destacou que a falta de instalações de especificações obriga o armazenamento dessas vítimas no hangar do aeroporto.
A divulgação ocorreu após o comitê manifestar preocupação sobre as condições enfrentadas pelas instituições responsáveis pela identificação de corpos e restos mortais de desaparecidos na Colômbia. Segundo o órgão, os recursos disponíveis, tanto materiais quanto humanos, são insuficientes para atender ao volume de casos pendentes, agravando a crise no tratamento desses casos.
O Comitê das Nações Unidas destacou a gravidade da crise enfrentada pelas instituições colombianas responsáveis pela identificação de pessoas desaparecidas, alertando para a incapacidade de armazenamento contido nos corpos e restos mortais localizados. Um especialista da ONU sublinhou que a falta de recursos materiais, infraestrutura e profissionais capacitados impede que o trabalho técnico forense seja realizado de forma eficaz, agravando o problema.
A Unidade de Busca de Pessoas Desaparecidas (UBPD) indicou que, até 2016, a Colômbia contabilizava mais de 111 mil desaparecidos. No entanto, os números exatos permanecem incertos devido à inconsistência nos registros e à ausência de informações atualizadas sobre os casos ocorridos após esses dados.
Em sua primeira visita ao território colombiano, o comitê da ONU declarou apreensão com a ausência de dados precisos sobre a magnitude dos desaparecimentos provocados no país. Durante a análise, constatou-se uma discrepância significativa nos números apresentados, com estimativas oscilando entre 98 mil e 200 mil pessoas desaparecidas, ressaltando a gravidade e a complexidade da situação.
Da redação Ponto Notícias l *EFE