O Governo do Tocantins, em parceria com a Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh) e a Defesa Civil Estadual, emitiu um alerta à população das áreas vizinhas ao Rio Tocantins, próximo à Ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, que conecta os municípios de Aguiarnópolis (Tocantins) e Estreito (Maranhão). O alerta visa informar sobre o risco iminente à saúde pública e ao meio ambiente, após o colapso parcial da ponte da BR-226, o que pode ter causado a queda de cargas contendo produtos químicos.
A Semarh orienta os moradores das cidades afetadas a evitarem qualquer contato com a água do rio no trecho comprometido, incluindo banhos e consumo. As recomendações são direcionadas especialmente às populações de diversas cidades de ambos os estados, como Aguiarnópolis, Maurilândia do Tocantins, Estreito, Imperatriz, entre outras. Equipes técnicas estão atuando em conjunto para monitorar a situação e avaliar a qualidade da água, além de tomarem medidas para impedir a contaminação e realizar a remoção dos veículos submersos.
Uma estrutura viária que conecta as cidades de Aguiarnópolis, no Tocantins, e Estreito, no Maranhão, colapsou na tarde deste domingo (22). O desabamento ocorreu enquanto uma representação da legislativa municipal de Aguiarnópolis, filiada ao partido Republicanos, registrava imagens para evidenciar o estado precário da construção.
Segundo o governador do Tocantins, Wanderlei Barbosa, relatos iniciais apontam que veículos e motocicletas foram lançados no leito do rio Tocantins após o colapso da ponte. Infelizmente, foi confirmado pelo menos uma vítima fatal no incidente.
Barbosa afirmou nas redes sociais: "Neste momento, nossa principal prioridade é oferecer assistência às vítimas e fornecer todo o suporte necessário às famílias afetadas pela tragédia."
O governador também comunicou que, por se tratar de uma via federal, entrou em contato com o ministro dos Transportes, Renan Filho. Barbosa destacou que o governo estadual está à disposição para colaborar nas ações emergenciais e no desenvolvimento de soluções conjuntas para o problema.
Uma equipe de resgate do Corpo de Bombeiros Militar do Tocantins (CBMTO) já se encontra no local, enquanto outra unidade, vinda de Palmas, tinha previsão de chegada até o final da tarde de domingo para fortalecer as operações de salvamento.
A ponte, erguida em concreto armado e inaugurada em 1960, possuía 533 metros de extensão. Ela está situada na rodovia BR-226, que conecta as cidades de Belém a Brasília, sendo uma via crucial para o transporte de mercadorias entre os estados do Tocantins e Maranhão.
O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) emitiu um alerta sobre a interdição total da ponte, embora a estrutura tenha pista dupla. Isso gera confusão, pois a interdição afeta ambos os sentidos de tráfego. Mesmo após 48 horas do incidente, ainda não havia equipes no local, o que gerou protestos da população e críticas em relação à ineficiência das ações do governo federal em lidar com a situação. A falta de respostas imediatas reflete a insatisfação com a gestão e a falta de medidas adequadas.
Após o colapso da ponte, a população local expressou crescente frustração com a demora nas respostas e a falta de providências efetivas. A interdição da estrutura causou um impacto significativo no transporte de mercadorias entre Tocantins e Maranhão, afetando o cotidiano de milhares de pessoas. A comunidade alertou, por diversas vezes, sobre os riscos da situação e os problemas de infraestrutura, mas as ações do governo federal foram vistas como tardias e insuficientes para resolver o problema de maneira eficaz.
As críticas não se limitam apenas à lentidão nas ações emergenciais, mas também à falta de planejamento e manutenção preventiva. A ponte, que há anos já apresentou sinais de restrições, foi alvo de denúncias e alertas sobre suas condições. No entanto, até ao momento da tragédia, nenhuma intervenção significativa tinha sido realizada para garantir a segurança da estrutura.
Diante da gravidade do ocorrido, autoridades estaduais se mostraram dispostas a colaborar com o governo federal para solucionar o problema o mais rápido possível. No entanto, a demora no atendimento e a ausência de medidas imediatas geraram uma onda de desconfiança na população, que espera não apenas uma solução emergencial, mas também um compromisso real com a melhoria da infraestrutura da região para evitar novos incidentes como este.
As buscas na área de desabamento da Ponte Juscelino Kubitschek foram suspensas após uma avaliação de segurança do Corpo de Bombeiros do Tocantins. Durante as operações de resgate, foi identificado que dois caminhões que caíram na água transportavam cargas perigosas. Um dos veículos estava carregado com ácido sulfúrico (H2SO4), uma substância química altamente corrosiva e potencialmente explosiva. Diante dos riscos de contaminação e explosão, as equipes de resgate interromperam os trabalhos até que uma nova equipe chegasse no local na manhã desta segunda-feira (25) para realizar uma avaliação mais detalhada e garantir a segurança dos profissionais envolvidos. Além do risco imediato para os resgatistas, a medida também visa preservar o meio ambiente, dado o impacto potencial no ecossistema dos rios Araguaia e Tocantins.
Da redação Ponto Notícias l Araguaina TO.