Uma operação conjunta envolvendo diversos órgãos públicos revelou a situação precária enfrentada por trabalhadores chineses em uma construção na Bahia. A ação trouxe à tona condições degradantes e possíveis irregularidades envolvendo os trabalhadores estrangeiros, contratados para atuar na fábrica de uma grande empresa internacional.
Diversas instituições investigada no resgate de 163 trabalhadores chineses que enfrentaram situações de exploração laboral em um canteiro de obras em Camaçari, Bahia. A ação, divulgada nesta segunda-feira (23), contou com a atuação de órgãos como o Ministério Público do Trabalho, o Ministério do Trabalho e Emprego, a Defensoria Pública da União, além de forças policiais federais e rodoviárias.
Os trabalhadores, contratados pela empresa Jinjiang Construction Brazil, enfrentaram situações de extrema exploração, incluindo jornadas excessivas, falta de liberdade e ambientes de trabalho inadequados. A operação resultou na interdição de áreas da construção e dos alojamentos utilizados.
De acordo com as apurações, os operários foram distribuídos em cinco locais de acomodação em Camaçari, dos quais apenas uma oferta com condições mínimas. Nos demais, as pessoas dormiam em camas improvisadas, sem colchões, sem armários e utilizavam banheiros em estado precário, com uma unidade sanitária para até 31 indivíduos.
Os trabalhadores, sem instalações adequadas para higiene ou lavanderia, precisarão de banheiros para essas necessidades. Além disso, enfrentaram problemas como superlotação nos alojamentos, restrições à liberdade de movimento e apreensão de documentos. Durante a operação, foram identificados pelo menos 107 passaportes retidos pela empresa responsável.
Os operários chineses ingressaram no Brasil com vistos temporários destinados a assistência técnica, normalmente reservados para profissionais especializados. Contudo, as funções exercidas no canteiro de obras não foram condicionadas ao propósito do visto, caracterizando irregularidade de acordo com a análise dos auditores fiscais.
Os cidadãos chineses chegaram ao Brasil com autorizações temporárias específicas para assistência técnica, geralmente voltadas para as profissionais. Entretanto, as tarefas realizadas pelos trabalhadores não correspondiam às exigências do tipo de visto de concessão, o que foi considerado uma irregularidade pelas autoridades fiscais.
As condições de alojamento e trabalho dos operários despertaram preocupação, com relatos de superlotação, retenção de documentos e utilização de banheiros para higiene pessoal e lavagem de roupas. Além disso, irregularidades no tipo de visto permitiram evidenciar possíveis falhas no processo de contratação e admissão desses trabalhadores no país.
As autoridades seguirão com as investigações para apurar responsabilidades, garantir os direitos dos trabalhadores resgatados e prevenir novos casos de exploração em condições análogas à escravidão. A situação reacende o debate sobre a fiscalização e as condições de trabalho em obras com mão de obra estrangeira.
Da redação Ponto Notícias