O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) anunciou a liberação de recursos significativos para fomentar a produção de biocombustíveis avançados no Brasil. O valor aprovado será destinado a tecnologias inovadoras que permitem a utilização de resíduos agrícolas e outros materiais não convencionais na geração de energia. Este tipo de combustível sustentável tem um amplo espectro de utilização, abrangendo setores como a aviação sustentável, transporte marítimo e a produção de fontes limpas de energia, como o hidrogênio verde.
Com a finalidade de impulsionar mudanças no setor energético e promover avanços tecnológicos no país, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) decidiu apoiar financeiramente a construção de uma unidade industrial dedicada à produção de biocombustíveis inovadores. A instalação, localizada no interior de São Paulo, será capaz de transformar resíduos agrícolas em um combustível de segunda geração, com potencial para atender à demanda crescente por soluções sustentáveis no setor energético e industrial.
A iniciativa conta com financiamento dividido entre dois programas estratégicos do BNDES, visando incentivar a inovação tecnológica e a sustentabilidade ambiental. A planta, parte de um plano maior que contempla a construção de seis unidades no Brasil, tem como objetivo demonstrar a viabilidade econômica de combustíveis avançados nos próximos anos. Com um investimento total projetado superior a R$ 1 bilhão, a construção do empreendimento deverá impulsionar a economia local, criando milhares de empregos diretos na fase inicial e centenas de postos permanentes durante sua operação regular.
Este biocombustível apresenta ampla aplicabilidade, atendendo a setores como aviação sustentável, transporte marítimo e produção de fontes de energia limpas, como o hidrogênio verde. A inovação tecnológica no processo produtivo diferencia-se do método tradicional ao utilizar enzimas específicas para liberar açúcares presentes na estrutura fibrosa do bagaço da cana, que, posteriormente, passam por fermentação. Essa abordagem permite maior aproveitamento de resíduos agrícolas, ampliando a eficiência e a sustentabilidade na geração de energia.
A produção de etanol de segunda geração ainda é incipiente no cenário global, representando uma fração mínima em comparação com o volume produzido pelo Brasil de etanol convencional. Com o suporte financeiro disponibilizado pelo BNDES, a capacidade nacional de biocombustíveis avançados poderá ser significativamente ampliada, alcançando centenas de milhões de litros anuais. Apesar desse crescimento projetado, o volume estimado ainda será pequeno em relação à extensa produção do etanol tradicional, que atingiu dezenas de bilhões de litros no último ano.
Segundo o diretor de Desenvolvimento Produtivo, Inovação e Comércio Exterior do BNDES, a iniciativa está em sintonia com as diretrizes da política industrial renovada do Brasil, que enfatiza a transição para fontes de energia mais limpas e o avanço tecnológico. Ele ressaltou que a expansão na produção de biocombustíveis de segunda geração fortalecerá a posição estratégica do Brasil no mercado global de combustíveis renováveis. Além disso, o potencial de demanda por combustíveis sustentáveis, como o destinado à aviação e ao transporte marítimo, pode atrair investimentos bilionários, impulsionando a inovação e o desenvolvimento tecnológico no país.
Fundada em 2011 como resultado de uma parceria estratégica entre a Cosan e a Shell, a Raízen opera em múltiplas áreas do setor energético e agrícola. Suas atividades incluem o cultivo de cana-de-açúcar, produção de açúcar e etanol, geração de energia a partir de biomassa, e logística e distribuição de combustíveis. Com uma ampla estrutura operacional, a empresa emprega dezenas de milhares de pessoas, consolidando-se como uma das principais players no mercado de energia e biocombustíveis.
Da redação Ponto Notícias l Thiago Dantas