Terça, 21 de Janeiro de 2025
21°C 28°C
Palmas, TO
Publicidade

A oportunidade que o Brasil perdeu mais uma vez

País está farto de cantilena populista e não vai suportar os efeitos da irresponsabilidade fiscal do governo

Por: Redação Fonte: Redação
09/01/2025 às 16h30 Atualizada em 09/01/2025 às 19h44
A oportunidade que o Brasil perdeu mais uma vez
Governar o país demanda a figura de um estadista, liberal na economia e com profunda responsabilidade social

Por muito tempo, o Brasil arcou com as consequências de uma tese frágil
e imprudente, sustentada pelos governos petistas, de que
responsabilidade fiscal e social eram coisas distintas. Insistiram que
quanto mais injeção de dinheiro público, maior o aquecimento da
economia. Se por um lado isso trouxe benefícios no curto prazo, por
outro provou que seus efeitos eram limitados, longes de serem
permanentes. E o resultado disso todos nós lembramos, ou melhor,
sentimos.

No entanto, nada pode ser mais frustrante ao perceber que, quase uma
década depois, o Brasil se encontra diante de um dilema disposto a
cometer os mesmos erros. Um país como o nosso, que compreendeu a
complexidade do dever de casa, passando por ajustes fiscais rígidos e
reformas estruturantes que recuperaram nossa credibilidade
internacional, de repente submerge pela crença ideológica.

Vamos aos fatos: o deficit nominal é superior a R$ 1 trilhão só em 2024.
Nem mesmo na pandemia se gastou tanto. Os juros continuam com
perspectiva de alta, o que encarece o crédito e desestimula os
investimentos. A inflação, por sua vez, conta com projeções acima do
teto. E isso, como todos sabem, devasta o poder de compra das famílias
brasileiras, acima de tudo das classes mais pobres.

Quanto ao endividamento público, a situação é ainda mais grave: cada vez
que a Selic cresce 1%, a rolagem da dívida aumenta em pelo menos R$ 45
bilhões. Para piorar, economistas estimam que cerca de 20% dessa rolagem
tem vencimento para o próximo ano, colocando o país em um quadro geral
de desconfiança. 

Em meio a todos esses obstáculos, o que se percebe é um governo cada dia
mais confuso e isolado. Num 1º momento, deixou claro que repetiria, sem
hesitar, a receita do insucesso dos anos anteriores, com gastos
desenfreados e nenhum rigor fiscal. Quando finalmente se deu por conta
da necessidade, alertado sobretudo pela queda da popularidade, não foi
capaz de dimensionar a crise e preparar o conjunto de medidas com a
robustez que o momento exige.

A sensação é de que, mais uma vez, o Brasil perdeu uma grande
oportunidade de crescimento. Sabe-se lá quanto tempo será necessário
para recolocar a nação nos trilhos. O fato é que os tempos mudaram, e o
PT parece não ter captado a mensagem. A régua subiu, o nível de
exigência da população também.

Ao longo das últimas décadas, nos tornamos um país das possibilidades,
conectado às tendências das economias mais modernas. Seja pelo agro
brasileiro, que muito em breve será o celeiro alimentar do mundo, pela
autonomia do BC ou pela otimização da máquina pública.

Sou oposição ao governo Lula, mas jamais torcerei para o meu país dar
errado. Votei a favor das 3 reformas mais importantes da nossa história
recente: trabalhista, previdenciária e tributária.

Independentemente de quem estivesse no poder ou dos prejuízos
eleitorais, porque acredito no que é certo.

Governar o país demanda a figura de um estadista, liberal na economia e
com profunda responsabilidade social; que tenha habilidade para tomar
decisões corajosas, equilibradas e sustentáveis. De cantilena populista
o Brasil já está farto e não vai suportar seus efeitos mais uma vez.

Por Alceu Moreira, 70 anos, é presidente nacional da Fundação Ulysses
Guimarães e cumpre o 4º mandato como deputado federal. Preside a Frente
Parlamentar Mista do Biodiesel e já comandou a Frente Parlamentar da
Agropecuária (FPA). Iniciou a carreira política como vereador em 1983.
Exerceu o cargo de vice-prefeito e foi duas vezes prefeito de Osório.
Foi deputado estadual por dois mandatos consecutivos, de 2003 a 2010. Já
presidiu a Assembleia Legislativa e a FAMURS e foi secretário de Estado
da Habitação e Desenvolvimento Urbano. É casado e têm 3 filhos.

Da redação Ponto Notícias l Por Alceu Moreira

 

Continua após a publicidade
* O conteúdo de cada comentário é de responsabilidade de quem realizá-lo. Nos reservamos ao direito de reprovar ou eliminar comentários em desacordo com o propósito do site ou que contenham palavras ofensivas.
500 caracteres restantes.
Comentar
Mostrar mais comentários
Lenium - Criar site de notícias