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Expansão logística fortalece exportações do agronegócio brasileiro

Investimentos em infraestrutura, como o novo terminal no Porto de Santos, visam aumentar a competitividade e reduzir custos no escoamento de grãos.

Por: Redação Fonte: Redação
17/01/2025 às 07h00
Expansão logística fortalece exportações do agronegócio brasileiro
Novo terminal da Cofco no Porto de Santos, com previsão de inauguração em 2025, visa otimizar o escoamento de grãos para a China.

O setor agrícola nacional alcançou um resultado expressivo em termos de exportações no último ano, mesmo com uma leve diminuição nos valores gerais. Esse desempenho reflete a relevância das mercadorias agropecuárias no comércio global, consolidando a posição do país entre os maiores exportadores do segmento.

Análise de uma consultoria especializada, com base em dados oficiais, revelou que o mercado asiático, especialmente a China, permaneceu como o maior comprador das mercadorias brasileiras. Apesar da queda significativa nos valores exportados para esse destino, o país ainda representou uma parcela substancial das vendas totais.

A redução nas receitas provenientes do principal parceiro comercial foi acompanhada por um cenário global desafiador. Esse contexto reforça a importância de estratégias diversificadas e adaptações para manter a competitividade no setor agrícola.

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O declínio nas transações com o principal parceiro comercial resultou em uma redução significativa na representatividade desse mercado dentro do total exportado. Ainda assim, um produto-chave manteve sua posição central na pauta de exportações, evidenciando sua importância estratégica para o setor.

Mesmo com a retração nos valores totais, a oleaginosa continuou a ser o carro-chefe das exportações para o mercado asiático. O percentual expressivo adquirido pelo maior comprador reforça a dependência do segmento agrícola em relação a esse destino específico.

Essa concentração comercial em torno de um único produto e destino destaca a necessidade de diversificação tanto no portfólio exportador quanto nos mercados-alvo, visando minimizar riscos econômicos em cenários adversos.

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O segundo maior destino das exportações agropecuárias brasileiras foi os Estados Unidos, que apresentou um desempenho expressivo em 2024. Com um aumento significativo nos valores totais, o país consolidou sua posição como um importante mercado para diversos produtos nacionais.

Os norte-americanos se destacaram como compradores de itens variados, reforçando a relevância da diversidade no portfólio exportador brasileiro. Entre os produtos mais adquiridos, figuraram o café em sua forma não processada, a celulose utilizada em indústrias, a carne bovina fresca e o suco de laranja, essencial na produção de bebidas.

Esse crescimento nas transações com os Estados Unidos demonstra a importância de fortalecer laços comerciais com parceiros que possuem demanda diversificada. A presença de itens com valor agregado no mix exportador evidencia também o potencial para expandir mercados e agregar competitividade aos produtos brasileiros.

As projeções para 2025 indicam um cenário promissor para as exportações do agronegócio brasileiro, sustentadas por um conjunto de fatores que podem impulsionar a competitividade dos produtos nacionais no mercado global.

A valorização do dólar em relação ao real é vista como um elemento estratégico, aumentando a atratividade das commodities brasileiras no exterior. Esse movimento pode ampliar margens de lucro para os exportadores, mesmo diante de pressões globais.

A eleição de Donald Trump e as possíveis tensões comerciais entre Estados Unidos e China também configuram uma janela de oportunidade. O Brasil pode se beneficiar como alternativa para atender a demanda do gigante asiático, consolidando sua posição como fornecedor estratégico em meio a disputas internacionais.

Outro fator relevante é a recuperação da safra de grãos, que, após eventuais desafios climáticos anteriores, promete retomada no volume de produção e qualidade dos embarques. Por fim, os investimentos em infraestrutura logística deverão melhorar a eficiência do transporte, reduzindo custos e ampliando a capacidade de escoamento da produção.

A valorização do dólar frente ao real, aliada à eleição de Donald Trump nos Estados Unidos, deve intensificar as tensões comerciais no cenário global. As medidas protecionistas planejadas pelo novo governo norte-americano, incluindo a aplicação de tarifas sobre importações, especialmente de produtos chineses, podem redesenhar o fluxo de comércio internacional, abrindo novas oportunidades para o agronegócio brasileiro.

No âmbito doméstico, a perspectiva de recuperação das safras de grãos se destaca como um fator positivo. As condições climáticas favoráveis desde outubro do ano anterior também impulsionam as expectativas de maior oferta de cana-de-açúcar, fortalecendo a capacidade produtiva e exportadora do Brasil no mercado agrícola global.

A produção de soja, principal produto agrícola exportado pelo Brasil, apresenta uma expectativa positiva para a safra 2024/25. Segundo estimativa da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o país deverá alcançar uma colheita de 166,33 milhões de toneladas, o que representa um incremento de 12,6% em relação à safra anterior. Esse crescimento reforça o papel da oleaginosa como protagonista nas exportações agrícolas brasileiras e contribui para consolidar a posição do Brasil como líder global no mercado de grãos.

O levantamento destaca que um cenário de possíveis tensões comerciais entre Estados Unidos e China pode criar condições favoráveis para o aumento das exportações brasileiras de grãos. Pequim, diante desse contexto, poderia intensificar a aquisição de soja e milho do Brasil em substituição aos produtos norte-americanos, abrindo uma janela de oportunidade significativa para o agronegócio nacional.

O relatório da Datagro ressalta que a perspectiva de desaceleração econômica na China exige cautela em relação ao desempenho das exportações brasileiras de commodities agrícolas em 2025, mesmo com o possível aumento da demanda por soja e milho devido às tensões comerciais sino-americanas.

Além disso, o texto aponta desafios específicos para outros segmentos do agronegócio. No caso do café, os recordes de exportação podem não se repetir em razão dos efeitos negativos da seca e dos incêndios ocorridos em 2024. Já para o setor de suco de laranja, os problemas incluem pomares envelhecidos e o agravamento de doenças como o greening, o que tende a dificultar a produção e comercialização no próximo ano.

A consultoria Datagro avalia positivamente os avanços no setor logístico brasileiro, destacando investimentos voltados à expansão e modernização da infraestrutura portuária. Um exemplo citado é o Porto de Santana, localizado no norte do país, cuja melhoria deve consolidar o Arco Norte como um ponto estratégico para o escoamento de grãos, otimizando o fluxo de exportações.

Além disso, a consultoria menciona o Porto de Chancay, no Peru, que, apesar de ser um projeto de longo prazo, está recebendo aportes expressivos. Essa iniciativa visa criar uma rota alternativa mais eficiente em relação aos portos tradicionais do Atlântico, fortalecendo a conectividade e competitividade logística na região.

A consultoria aponta que, apesar dos desafios logísticos no Peru, como o trajeto extenso e desafiador pelos Andes, os investimentos em infraestrutura e a redução no tempo de transporte marítimo oferecem perspectivas promissoras para exportadores das regiões Norte e Centro-Oeste do Brasil. Essas melhorias reforçam o potencial de integração logística da região com mercados internacionais.

Além disso, os aportes em infraestruturas tradicionais também têm sido destacados. O Porto de Santos, um dos principais hubs de exportação do país, recebeu avanços significativos com a inauguração do terminal T-32 e a expansão do terminal da DP World Brasil em 2024. Essas novas estruturas foram projetadas para melhorar a capacidade de movimentação de celulose e papel, contribuindo para o fortalecimento do setor agroexportador brasileiro.

A empresa Cofco está ampliando sua presença no Brasil com a construção de um terminal no Porto de Santos, projetado para movimentar até 14 milhões de toneladas de grãos por ano. A inauguração está prevista para 2025 e resultará em um aumento significativo na capacidade da companhia no Brasil, permitindo o embarque de até 200 navios anualmente.

O terminal será conectado diretamente a ferrovias, o que proporcionará redução de custos logísticos e maior eficiência no escoamento de produtos-chave, como soja, milho e açúcar, que representam uma grande parte das exportações brasileiras para a China. Este projeto visa aprimorar a competitividade do Brasil no comércio internacional, especialmente com o gigante asiático.

 

Da redação Ponto Notícias l Com informação Victor Faverin

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