Em um estado conhecido pela produção de soja, pecuária e celulose, outra cultura vem ganhando destaque: o amendoim. Mato Grosso do Sul se posiciona como o segundo maior produtor nacional dessa leguminosa em casca, ficando atrás apenas de São Paulo. Inicialmente cultivado em pequenas áreas por agricultores familiares, o amendoim alcançou cerca de 21 mil hectares na última safra, e a expectativa para este ano é ultrapassar os 40 mil hectares.
Essa expansão faz parte de uma estratégia estadual voltada à diversificação da produção agrícola, promovida pela Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação. Nesta sexta-feira, durante a abertura do 2º Dia do Amendoim, em Glória de Dourados, ações voltadas ao fortalecimento dessa cultura foram detalhadas em uma palestra realizada pelo secretário-executivo de Desenvolvimento Econômico Sustentável.
O evento, sediado na Amendoglória, reuniu produtores e especialistas para discutir o crescimento da cadeia produtiva do amendoim no estado. A iniciativa reforça o compromisso estadual com a inovação e o desenvolvimento sustentável, ampliando as oportunidades para o setor agrícola de Mato Grosso do Sul.
Direcionado aos produtores locais, o evento trouxe uma programação variada, incluindo palestras com especialistas e discussões sobre avanços tecnológicos na produção de amendoim. Segundo Rogério Hidalgo, organizador e representante da Amendoglória, a iniciativa nasceu com o objetivo de oferecer mais conhecimento para quem já trabalha no setor ou deseja iniciar nessa área promissora.
Com um público que superou mil participantes, o secretário-executivo Rogério Beretta apresentou informações atualizadas sobre o cenário agropecuário do estado, destacando o crescimento da cultura do amendoim. Ele enfatizou a importância de investir na industrialização para agregar valor à produção e apresentou iniciativas estaduais voltadas para atrair novos investimentos no setor.
Durante sua fala, Beretta reforçou o compromisso do Governo do Estado com a diversificação das lavouras, uma estratégia que busca não apenas fortalecer a economia agrícola local, mas também abrir novas oportunidades de mercado para os produtores sul-mato-grossenses.
O secretário-executivo da Semadesc destacou o crescimento do cultivo de amendoim no Mato Grosso do Sul como uma oportunidade promissora para os agricultores locais. Ele explicou que os esforços para desenvolver a cultura começaram há cerca de quatro anos, com a realização de palestras e o estímulo aos produtores. Esses esforços já resultaram na atração de uma empresa para realizar o beneficiamento da leguminosa no estado, e o objetivo é trazer mais investimentos para fortalecer a cadeia produtiva.
No ano anterior, a área plantada ultrapassou 20 mil hectares, e as previsões indicam que este ano esse número deverá superar os 40 mil hectares, segundo dados da Conab. O secretário ressaltou que o estado possui disponibilidade de terras que possibilita uma expansão ainda maior da produção, consolidando o Mato Grosso do Sul como um importante polo no cultivo de amendoim no Brasil.
O amendoim tem ganhado destaque como uma alternativa estratégica para intensificar o uso de áreas de pastagem, especialmente em solos arenosos, onde o cultivo de soja apresenta maior risco. Segundo Beretta, a cultura é uma opção viável e promissora para essas regiões, contribuindo para a diversificação das atividades agrícolas no estado. Ele destacou que o evento reflete o compromisso do Governo em ampliar a variedade de cultivos na matriz produtiva estadual.
O rápido crescimento das lavouras de amendoim tem sido impulsionado pelo suporte de instituições de pesquisa e pela assistência técnica especializada, que garantem a adoção de tecnologias inovadoras e práticas sustentáveis. Esse cenário tem permitido um desenvolvimento equilibrado da cultura, com mitigação de riscos e potencial para consolidar Mato Grosso do Sul como um importante polo de produção.
Durante o evento, Fernando Nascimento, coordenador do Prosolo, destacou a relevância de integrar práticas agrícolas sustentáveis ao crescimento da produção de amendoim em Mato Grosso do Sul. Ele enfatizou que a expansão dessa cultura deve ser acompanhada por técnicas de manejo e conservação do solo e da água, assegurando a viabilidade ambiental e econômica a longo prazo.
A presença do coordenador reforçou o alinhamento das iniciativas estaduais com a necessidade de preservação dos recursos naturais, mostrando que o desenvolvimento agrícola pode caminhar lado a lado com a sustentabilidade.
O secretário Jaime Verruck, da Semadesc, destacou o crescente protagonismo da leguminosa na agricultura do Estado. Ele apontou o amendoim como uma alternativa viável para a safra de verão, considerando tanto áreas irrigadas quanto de sequeiro. Verruck ressaltou que Mato Grosso do Sul tem apresentado um dos maiores índices de expansão no cultivo da leguminosa no Brasil, consolidando sua importância no cenário agrícola estadual.
Jaime Verruck destacou a relevância da chegada da cooperativa Casul ao Estado, que está implantando uma unidade de beneficiamento de amendoim em Bataguassu. Ele enfatizou que a cooperativa, tradicional exportadora da leguminosa, contribui para estabelecer uma cadeia produtiva local. Atualmente, indústrias alimentícias em Mato Grosso do Sul processam amendoim de outros estados, mas o objetivo é que a produção interna passe a atender essa demanda.
O secretário também apontou o papel estratégico dos Dias de Campo, destacando sua importância na demonstração de tecnologias, rentabilidade e potencial produtivo. Ele mencionou o crescimento da cultura do amendoim no Estado, ressaltando sua capacidade de integrar-se à reforma de canaviais, como ocorre em São Paulo. Segundo Verruck, o uso parcial de áreas reformadas para o cultivo de amendoim amplia as oportunidades para os agricultores locais.
Conforme os dados mais recentes divulgados pela Conab, o cultivo de amendoim de 1ª safra em Mato Grosso do Sul está experimentando um avanço notável entre as safras de 2023/2024 e 2024/2025. A estimativa indica que a área colhida deve alcançar 42,3 mil hectares, quase dobrando em relação aos 21,2 mil hectares registrados no ciclo anterior, o que representa um crescimento de 99,5%. Em relação à produção, a projeção aponta para 95,7 mil toneladas, marcando um aumento expressivo de 126,5% frente às 42,5 mil toneladas obtidas anteriormente.
Da redação Ponto Notícias l Com informação Rosana Siqueira/Semadesc.