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Déficit das estatais federais atinge R$ 6,7 bilhões e levanta alerta fiscal

Salto expressivo no déficit das estatais reacende debate sobre controle de gastos e impacto na dívida pública

Por: Redação Fonte: Redação
05/02/2025 às 09h00
Déficit das estatais federais atinge R$ 6,7 bilhões e levanta alerta fiscal
Aumento do déficit das estatais federais gera preocupação sobre sustentabilidade fiscal e necessidade de ajustes

O balanço financeiro das empresas sob controle do governo apresentou um aumento significativo no déficit em 2024, ultrapassando os R$ 6 bilhões. Esse valor representa um crescimento expressivo em relação ao ano anterior, quando o saldo negativo foi de pouco mais de R$ 600 milhões. A informação foi divulgada pelo Banco Central e marca o maior resultado negativo já registrado.

Ao considerar também as companhias administradas por estados e municípios, o valor total do déficit chega a R$ 8 bilhões, superando amplamente o montante do ano anterior. O cálculo é realizado com base na necessidade de financiamento do setor público, refletindo a diferença entre receitas e despesas dessas empresas. O dado tem chamado atenção em meio ao debate sobre controle de gastos e busca por equilíbrio fiscal.

A pasta responsável pela administração pública, sob o comando de Esther Dweck, contesta a metodologia utilizada pelo Banco Central para calcular o déficit das empresas controladas pelo governo. Segundo a ministra, os valores divulgados não refletem necessariamente um prejuízo, pois consideram investimentos planejados para longo prazo, custeados com recursos acumulados em anos anteriores.

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Dweck destacou que, na realidade, apenas um número reduzido de companhias estaria operando com saldo negativo. No entanto, os dados definitivos sobre a situação financeira dessas empresas só serão divulgados no segundo semestre, quando os demonstrativos consolidados forem publicados.

Atualmente, o país conta com um total de 123 empresas controladas pelo governo federal. Dentre elas, 17 dependem diretamente de recursos do Tesouro Nacional para manter suas operações, enquanto 44 possuem autonomia financeira, gerando receita própria.

Além dessas, há um grupo significativo de subsidiárias ligadas a grandes corporações estatais, como instituições financeiras e companhias do setor energético, que desempenham um papel estratégico na economia.

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Mesmo com a tentativa de minimizar os efeitos do resultado negativo deste ano, os números recentes indicam um cenário preocupante. No ano passado, 27 empresas controladas pelo governo federal registraram perdas financeiras, totalizando R$ 5,3 bilhões.

A maior parte desse déficit esteve concentrada em dez companhias, responsáveis por 90% do valor total. Entre elas, destacam-se uma subsidiária internacional do setor de energia, uma empresa voltada para o desenvolvimento regional e o serviço nacional de correspondências, que apresentaram os maiores prejuízos.

Embora o chefe do Executivo tenha celebrado a redução do déficit primário para 0,09% do PIB, os indicadores econômicos apontam que a situação fiscal ainda apresenta desafios significativos.

O montante total das obrigações financeiras do setor público encerrou 2024 representando 76,1% do PIB, atingindo a marca de R$ 9 trilhões. Especialistas alertam que a trajetória dessa dívida continua em ascensão, exigindo medidas para conter seu avanço.

O aumento do desequilíbrio financeiro das empresas controladas pelo Estado levanta preocupações sobre a evolução das contas públicas, indicando a necessidade de medidas mais rigorosas para conter o avanço da dívida.

Apesar disso, a administração federal sustenta que a prioridade deve ser impulsionar a economia, argumentando que a ampliação do déficit decorre de aportes direcionados a projetos considerados estratégicos para o desenvolvimento do país.

Da redação Ponto Notícias

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