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Governo do Tocantins lança programa para proteção do pato-mergulhão

Iniciativa visa monitorar e conservar a espécie rara, reforçando o compromisso com o desenvolvimento sustentável da região do Jalapão.

Por: Redação Fonte: Redação
01/03/2025 às 12h00
Governo do Tocantins lança programa para proteção do pato-mergulhão
Pesquisadores do Naturatins em ação no monitoramento da espécie, com foco na preservação de seu habitat no Jalapão

Desde 2007, o órgão responsável pela proteção ambiental no estado do Tocantins se dedica à preservação de uma espécie rara e em risco de desaparecer. Com o objetivo de fortalecer esses esforços, o Governo local criou um programa focado na vigilância e preservação dessa espécie, com ênfase na região de uma área conhecida por suas belezas naturais, mais especificamente em um curso d'água que corta essa região, onde se estima uma população flutuante entre 10 e 25 exemplares. A criação do programa foi oficializada por uma normativa publicada no final de outubro de 2024.

O líder da entidade responsável pela gestão ambiental no estado enfatiza que a conservação dessa espécie simboliza o compromisso do Governo estadual com a proteção das riquezas naturais e o progresso responsável da região. Ele ressaltou que, por meio da implementação do programa de monitoramento e conservação, o estado busca mitigar danos ao meio ambiente e garantir um ambiente seguro para a sobrevivência da espécie. A ampliação das ações de vigilância, o uso de novas tecnologias e o engajamento das comunidades locais são prioridades para o sucesso da iniciativa. A colaboração com organizações de pesquisa também é vista como um fator crucial para evitar a extinção do pato-mergulhão.

Essa ave desempenha um papel crucial como indicador da saúde dos ecossistemas aquáticos e terrestres. Atualmente, a espécie enfrenta uma grave ameaça devido à deterioração dos rios e ambientes naturais em que habita. A degradação dos recursos hídricos, resultante de práticas como o desmatamento e a poluição, compromete diretamente o habitat necessário para a sobrevivência do pato-mergulhão. Com uma população estimada abaixo de 200 indivíduos, a preservação de suas áreas de distribuição, que incluem importantes regiões no Brasil, é essencial para garantir a continuidade da espécie.

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O Pro PaTO se dedica a preservar a espécie por meio de um conjunto de ações que buscam proteger seu habitat natural e garantir a sustentabilidade das atividades humanas nas áreas afetadas. O monitoramento contínuo e o manejo adequado das áreas de preservação são fundamentais para minimizar as ameaças à espécie. Além disso, o programa impõe diretrizes rigorosas sobre licenciamento ambiental, com o objetivo de evitar impactos negativos em empreendimentos estaduais que possam afetar a fauna local. Ele também regulamenta práticas de turismo sustentável, como o rafting, para que as atividades não interfiram na preservação do pato-mergulhão e de outros recursos naturais da região.

As ações do Pro PaTO para este ano incluem uma série de iniciativas que visam garantir a preservação do pato-mergulhão e melhorar a qualidade do ambiente em que ele habita. Além do monitoramento das atividades turísticas no Rio Novo, o programa também se dedica a censos populacionais regulares e à identificação de novas áreas que possam abrigar a espécie. A conscientização ambiental é outro pilar importante, com campanhas educativas voltadas tanto para os moradores locais quanto para os visitantes e empreendimentos turísticos, reforçando a importância da preservação.

Marcelo Barbosa, biólogo e coordenador do programa, destaca que a implementação formal do Pro PaTO é um marco importante para a proteção da espécie. Ele ressalta que a preservação do pato-mergulhão não só beneficia a fauna local, mas também traz benefícios para a região como um todo. "A preservação do pato-mergulhão impacta diretamente na conservação ambiental da área, além de abrir oportunidades para a geração de renda, especialmente por meio do turismo de observação", conclui.

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Um dos principais avanços do programa será a introdução do monitoramento remoto do pato-mergulhão, utilizando um transmissor GPS instalado em um dos indivíduos. Com essa tecnologia, os pesquisadores poderão acompanhar os movimentos da espécie em tempo real via satélite, o que permitirá um entendimento mais detalhado sobre a área que eles ocupam no rio, os padrões de movimentação dos casais e até mesmo sua dispersão para novas regiões. Esse monitoramento ajudará a identificar os desafios enfrentados pela espécie, como a alta taxa de desaparecimento e mortalidade, frequentemente sem explicação aparente.

Além do monitoramento, os pesquisadores planejam retomar a coleta de ovos na natureza para incubação em ambiente controlado. Quando atingirem um estágio seguro de desenvolvimento, os filhotes serão devolvidos ao rio. Essa prática visa aumentar as chances de sobrevivência dos indivíduos e garantir o fortalecimento da população local. A combinação dessas estratégias, incluindo o uso de tecnologia avançada e a incubação controlada, traz novas perspectivas para a preservação do pato-mergulhão e seu habitat.

A iniciativa conta com a colaboração de várias instituições para garantir o sucesso das ações de preservação. Entre as parceiras estão a Fundação Pró-Natureza (Funatura), a Universidade Estadual do Maranhão (Uema) – câmpus Caxias, a Reserva Conservacionista Piracema, localizada em Almas, o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), por meio da Estação Ecológica Serra Geral do Tocantins, e o Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Aves Silvestres (Cemave). Essas parcerias são essenciais para fortalecer os esforços conjuntos na proteção da espécie e na promoção da conscientização ambiental.

Da redação Ponto Notícias l Secom Tocantins

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