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Encalhe do Maior Iceberg do Mundo Desperta Discussões Sobre o Impacto Ambiental na Antártida

A23a, gigante de 1,1 trilhão de toneladas, pode trazer benefícios ecológicos e riscos para navegação e pesca na região.

Por: Redação Fonte: Redação
05/03/2025 às 21h00
Encalhe do Maior Iceberg do Mundo Desperta Discussões Sobre o Impacto Ambiental na Antártida
O iceberg A23a encalhado nas proximidades da ilha da Geórgia do Sul, destacando sua imensa dimensão. l Foto: Wikimedia Commons

Uma imensa formação de gelo, considerada a maior do seu tipo, foi observada após ter se deslocado pelo Oceano do Sul desde 2020, próxima à região gelada do planeta. Pesando aproximadamente 1,1 trilhão de toneladas, essa grande massa de gelo acabou sendo bloqueada perto de uma ilha situada no Atlântico Sul, conforme informações divulgadas por um instituto especializado em pesquisas científicas.

No mês de agosto de 2024, essa formação ocupava uma vasta extensão de terra gelada, equivalente a 3.672 quilômetros quadrados, um pouco menor que a área do estado norte-americano de Rhode Island, mas representando mais que o dobro do tamanho da capital inglesa.

O bloqueio do gigantesco bloco de gelo inicialmente suscitou preocupações sobre possíveis efeitos negativos na fauna local da região, especialmente no que diz respeito às fontes de alimento para focas e pinguins. Entretanto, especialistas de uma instituição de pesquisa antártica destacaram que o iceberg, ao permanecer fixo, não causará danos consideráveis à vida selvagem local. Na verdade, o processo de derretimento da formação de gelo pode liberar substâncias nutritivas nas águas ao redor, ajudando a fortalecer o ecossistema marinho.

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O derretimento do iceberg pode, portanto, proporcionar nutrientes que beneficiam diversas espécies, como pinguins e focas, que são típicas da área. De forma inesperada, o encalhe do A23a pode ter efeitos ecológicos positivos, ajudando a fortalecer a biodiversidade da região ao fornecer uma fonte adicional de alimento para a fauna local.

Embora o iceberg A23a esteja atualmente em uma posição estável, sua integridade estrutural pode não ser duradoura. Historicamente, grandes massas de gelo que seguiram trajetórias semelhantes acabaram se fragmentando e derretendo. O aumento das pressões estruturais pode resultar na quebra do iceberg, mas o momento preciso em que isso ocorrerá permanece incerto.

Quando o A23a eventualmente se fragmentar, os pedaços menores que se formarem poderão representar riscos significativos para atividades marítimas, como navegação e pesca. Esses fragmentos são mais difíceis de identificar e monitorar, o que aumenta o perigo para as operações na região. Conversas com profissionais da pesca revelam que grandes massas de gelo no passado tornaram algumas áreas intransitáveis, devido à presença de pedaços menores, porém extremamente perigosos.

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O desprendimento do A23a faz parte do ciclo natural de formação e ruptura das plataformas de gelo, não sendo diretamente associado à crise climática. No entanto, o aquecimento global está provocando mudanças notáveis na Antártida, que podem ter impactos devastadores, como o aumento do nível do mar global.

Essas mudanças incluem o derretimento acelerado de gelo e a instabilidade das plataformas de gelo, que podem contribuir para o aumento do nível do mar. Embora o A23a não seja resultado direto das mudanças climáticas, o evento ressalta a necessidade de monitorar de perto as condições ambientais na Antártida.

O aumento das temperaturas oceânicas intensifica o derretimento das plataformas de gelo, que são formadas por gelo flutuante ligado às geleiras. Esse processo enfraquece as plataformas, tornando-as mais vulneráveis a rachaduras e fragmentações, facilitando o desprendimento de icebergs.

O aumento da temperatura do ar contribui significativamente para o derretimento das geleiras, que são as fontes dos icebergs. À medida que as geleiras derretem, elas liberam mais água no oceano, o que acelera o desprendimento de icebergs. Além disso, as mudanças nos padrões de vento e nas correntes oceânicas, devido às mudanças climáticas, afetam a movimentação e a desintegração dos icebergs. Ventos mais fortes podem fragmentar icebergs grandes em pedaços menores, enquanto correntes oceânicas mais quentes aceleram o derretimento.

Outro efeito do aquecimento global é o enfraquecimento das plataformas de gelo costeiras. A variação de temperatura resulta na diminuição da espessura dessas plataformas, aumentando as chances de fissuras e do desprendimento de grandes blocos de gelo. Simultaneamente, a aceleração na formação de icebergs, combinada com a maior taxa de derretimento, torna o cenário ainda mais dinâmico. O iceberg A23a continua sendo estudado não apenas por seu tamanho, mas também pelos insights que oferece sobre os processos naturais e as mudanças climáticas na região polar.

Da redação Ponto Notícias l Com informação Felipe Dantas

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