Um incidente envolvendo a morte de diversas aves marinhas no litoral de uma região brasileira está gerando preocupação entre as autoridades responsáveis pela saúde pública. O órgão que iniciou a investigação alertou para que as pessoas evitem o contato com os animais afetados e com os corpos encontrados nas praias, devido aos riscos à saúde.
As investigações iniciais do Instituto Amares, especializado em ecossistemas aquáticos no Maranhão, levantaram a hipótese de gripe aviária como a causa das mortes. A doença, que é rara em humanos, foi considerada após o resgate de uma ave assintomática na Praia do Arpoador, em Tutoia, em 25 de fevereiro. No dia seguinte, o instituto foi novamente acionado, desta vez diante de um número significativo de aves mortas e outras apresentando sintomas neurológicos, que levantaram preocupações sobre a possibilidade de contágio pela gripe aviária.
A ONG assumiu a responsabilidade de notificar a Agência Estadual de Defesa Agropecuária do Maranhão (Aged) e conduziu atividades de coleta ao longo das praias de Tutoia para reunir aves e carcaças com sinais clínicos que pudessem confirmar a hipótese de gripe aviária. No entanto, as análises realizadas não confirmaram a presença da Síndrome Respiratória e Nervosa em Aves (SRN), o que gerou ainda mais preocupação nas autoridades locais, uma vez que os riscos para a saúde humana permanecem desconhecidos.
O instituto destacou em comunicado publicado nas redes sociais que sua equipe continua monitorando a situação e reiterou a importância de manter distância das aves debilitadas ou mortas, prevenindo o contato direto tanto de pessoas quanto de animais domésticos com essas áreas.
A coordenadora de pesquisa do Instituto Amares, a bióloga Nathalie Ristau, confirmou em entrevista que, entre os dias 25 e 27 de fevereiro, cerca de 100 aves marinhas morreram na região, todas apresentando sinais clínicos semelhantes e localizadas na mesma faixa litorânea.
A investigação continua com testes para outras doenças infectocontagiosas, como a febre do Nilo, realizados pela Aged. Caso esses testes também resultem negativos, a hipótese de contaminação por poluentes será considerada. O instituto segue monitorando as praias e os animais silvestres, enquanto a Aged mantém vigilância sobre os pequenos criadores da área para detectar possíveis focos locais.
A Aged-MA informou que as duas primeiras suspeitas, gripe aviária e doença de Newcastle, foram descartadas após exames realizados no Laboratório Federal de Defesa Agropecuária (LFDA).
Atualmente, a investigação se volta para a possibilidade de contaminação por febre do Nilo, uma doença transmitida por mosquitos, com aves sendo hospedeiros naturais do vírus. A infecção em humanos geralmente apresenta sintomas leves ou pode até ser assintomática.
Em casos raros, a infecção por febre do Nilo pode resultar em doenças neurológicas graves, como meningite, encefalite ou paralisia flácida aguda.
Recomendações
O Instituto Amares orienta a população sobre as medidas de segurança a serem adotadas em casos de contato com aves debilitadas ou mortas:
Caso aviste alguma ave marinha debilitada, a recomendação é comunicar imediatamente o Instituto Amares pelo WhatsApp (98) 98836-1717 e a Aged-MA por meio do site www.aged.ma.gov.br ou pela Ouvidoria (98) 99132-0441.
Da redação Ponto Notícias l Édrian Santos