O líder de uma importante entidade do setor agrícola afirmou que as ações do governo para conter o aumento dos preços dos produtos alimentícios estão baseadas em uma análise inadequada. Segundo ele, as medidas não têm um diagnóstico preciso, o que compromete sua efetividade na solução do problema.
O líder da entidade do setor agrícola também lamentou a ausência de comunicação entre o governo e os produtores rurais. Ele acredita que as ações anunciadas não terão impacto significativo na redução dos preços, uma vez que, em sua visão, a inflação é resultado dos gastos excessivos do governo. Para ele, os agricultores não devem ser culpados pelo aumento dos preços dos produtos.
O representante do setor agrícola também ressaltou a posição do Brasil no mercado global, destacando que o país é o terceiro maior produtor de milho e o segundo maior exportador. Segundo ele, há um excedente significativo de 30 milhões de toneladas, o que significa que não há escassez do produto. O milho brasileiro é reconhecido por sua qualidade e preço competitivo, o que, segundo ele, refuta a ideia de que os preços no Brasil são mais altos do que os internacionais. Se isso fosse verdade, argumentou, o país não estaria conseguindo exportar.
Bertolini também abordou o tema da importação de milho, destacando o volume significativo de 1,5 milhão de toneladas que chegaram do Paraguai no ano passado. A medida do governo de zerar as alíquotas de importação, segundo o presidente da Abramilho, poderia gerar preocupações, especialmente com a possibilidade de ações mais severas no futuro, como a taxação ou a imposição de cotas de exportação. Para ele, o verdadeiro foco deve ser a redução de impostos sobre os insumos, o que permitiria uma melhora no setor agrícola, proporcionando um avanço significativo para a agricultura no país.
Destacou os problemas relacionados ao armazenamento do grão, mencionando que o Brasil enfrenta um déficit de 120 milhões de toneladas de capacidade de armazenagem. Esse cenário cria desafios logísticos significativos para o setor produtivo. Ele ainda apelou ao governo por ações de incentivo à produção interna, com o intuito de expandir a oferta e melhorar a infraestrutura do país, buscando soluções que favoreçam o aumento da produção de milho e sorgo no Brasil.
Nos últimos meses, a falta de medidas adequadas para aumentar a capacidade de armazenamento e a infraestrutura necessária para o setor agrícola tem afetado diretamente a produção nacional. A escassez de espaço para estocar os grãos tem gerado preocupações, principalmente em relação à eficiência do armazenamento e distribuição das safras, o que pode comprometer a competitividade do Brasil no mercado internacional.
Além disso, o apelo por políticas fiscais que favoreçam a redução de custos com insumos é visto como uma solução essencial para garantir que o setor continue a prosperar. Sem a adoção de incentivos concretos e eficazes, os produtores podem enfrentar dificuldades em manter a produção estável e atender à demanda crescente por alimentos, o que prejudica não apenas o setor, mas também a economia nacional.
Da redação Ponto Notícias l Com informação Thiago Dantas