Pesquisadores receberam a confirmação de uma ocorrência inédita envolvendo a infecção de bovinos leiteiros por um agente viral altamente patogênico. A informação foi divulgada por uma entidade de pesquisa agropecuária dos Estados Unidos, marcando um novo alerta para a vigilância sanitária no setor pecuário.
Estudos indicam que a transmissão ocorreu possivelmente por meio de espécies migratórias, já que a variante identificada corresponde àquela detectada em populações aviárias desde 2022. A hipótese principal é que essas aves tenham introduzido o agente infeccioso no ambiente, contaminando recursos como a alimentação e a água consumida pelo rebanho.
Desde então, a doença se espalhou por diversas regiões do país, com mais de 900 registros confirmados em 15 diferentes estados. Embora a origem do surto tenha sido identificada, ainda há incertezas sobre os mecanismos que permitiram a rápida propagação da infecção entre os animais.
Durante esse período, foram registrados casos de transmissão tanto de aves silvestres para o gado, quanto entre vacas e até mesmo de vacas para humanos. Para minimizar os riscos de disseminação, a movimentação de animais entre propriedades passou a ser autorizada somente após a realização de testes de detecção. Além disso, a pasteurização do leite se mostrou uma medida eficaz, pois o processo inativa o vírus, reduzindo significativamente o risco de contágio para as pessoas.
Embora sejam pouco frequentes, há registros de contaminação de mamíferos pelo vírus H5N1 em diversas partes do mundo nos últimos anos. Leões marinhos, focas e golfinhos foram alguns dos animais afetados, geralmente após consumirem aves contaminadas ou doentes. Isso ocorre porque várias espécies de aves aquáticas podem ser infectadas e atuam como portadoras do vírus sem apresentar sintomas graves. Outros carnívoros, como ursos, lobos, tigres e gatos, também foram impactados pela doença. Mais recentemente, até mesmo uma cabra nos Estados Unidos foi contaminada pelo vírus.
A infecção em seres humanos é rara, mas pode ocorrer, especialmente entre aqueles que têm contato direto com animais contaminados, como trabalhadores rurais ou profissionais que lidam com gado ou aves infectadas. Apesar disso, até o momento, não houve registros de transmissão do vírus entre humanos. Isso enfraquece significativamente a teoria levantada por alguns, de que o vírus da Influenza Aviária poderia se espalhar e gerar uma pandemia, já que a transmissão entre pessoas não foi observada.
Em 2023 e 2024, o Brasil registrou mais de cem casos de Influenza Aviária de Alta Patogenicidade em aves silvestres e três em aves de pequeno porte, mas as aves comerciais não foram afetadas. De acordo com as normas da Organização Mundial de Saúde Animal, o país continua livre da doença. Com o início da temporada de migração dos animais do Hemisfério Norte para o Sul, recentemente foram registrados casos na Colômbia e em Porto Rico, mas não houve repetição dos episódios observados nas temporadas anteriores.
No mês passado de 28 a 30 de janeiro, aconteceu a tradicional feira International Production & Processing Expo 2025 em Atlanta, Estados Unidos, evento que atrai um grande número de produtores e técnicos do mundo todo, incluindo brasileiros. Por isso, é fundamental que esses profissionais cumpram uma quarentena de pelo menos cinco dias no Brasil antes de visitar granjas, abatedouros, fábricas de ração e outros estabelecimentos avícolas.
Além disso, é recomendado que roupas, calçados, mochilas e malas utilizadas durante a viagem sejam cuidadosamente lavados e desinfetados. Também é importante que técnicos e granjeiros brasileiros evitem visitas a granjas no exterior, mesmo durante viagens de negócios ou lazer, para evitar a contaminação e disseminação do vírus.
Da redação Ponto Notícias l Ariel Antonio Mendes