Há três anos, uma organização ambiental local vem desenvolvendo ações voltadas para a proteção de uma espécie ameaçada que habita a região de uma área protegida no estado. Criado por uma portaria, o programa busca garantir a conservação dessa população, que está em risco devido a fatores como a destruição de seu habitat natural e a poluição das águas.
Este animal, um dos maiores predadores aquáticos do continente, foi severamente impactado no passado pela caça predatória. Embora tenha sido reduzida drasticamente, a espécie ainda enfrenta dificuldades com a perda de sua moradia natural e os danos ambientais causados pela atividade humana. O parque mencionado é um dos últimos refúgios importantes para a sobrevivência dessa espécie.
Com um planejamento de dez anos, o projeto de proteção da espécie é estruturado em quatro fases anuais. A primeira delas, programada para começar em março, dará continuidade ao monitoramento da população. O programa inclui uma série de ações, como o controle e acompanhamento das populações, treinamento de profissionais especializados e apoio à pesquisa científica sobre os hábitos e características da espécie. Além disso, as ações também se concentram na qualidade da água do Rio Coco e seus tributários, aspectos cruciais para a preservação do ecossistema local.
Recentemente, os responsáveis pelo programa compartilharam os avanços obtidos com a comunidade científica, apresentando um resumo de suas principais conquistas no congresso internacional de mamíferos aquáticos, realizado no Peru. Essas ações são parte de uma estratégia ampla para reforçar a proteção e a sustentabilidade da espécie ao longo dos próximos anos.
A coordenadora do projeto e especialista do Naturatins, Samara Almeida, destaca a relevância dessa ação para a preservação ambiental e os obstáculos que ainda precisam ser superados. Ela explica que a ariranha desempenha um papel fundamental como indicadora da saúde dos ecossistemas aquáticos. "A presença da ariranha é um sinal claro de que o ambiente está saudável. Se buscamos um futuro com águas limpas e rica biodiversidade, a proteção dessa espécie é essencial", afirma Samara.
O programa também contribui de forma importante para a gestão do ecoturismo na área do Parque Estadual do Cantão. O objetivo é criar estratégias que possibilitem a observação da fauna de forma responsável, sem prejudicar os animais. Samara Almeida, bióloga do Naturatins, destaca que a população de ariranhas da região tem grande potencial para o ecoturismo, mas o desafio é equilibrar a preservação com o desenvolvimento sustentável. "Queremos permitir a observação sem perturbar o comportamento natural das ariranhas", explica.
O monitoramento da espécie é realizado por meio da identificação de marcas específicas no pescoço de cada animal, um método não invasivo que possibilita o acompanhamento contínuo da população e a avaliação dos resultados das ações de conservação.
Além das iniciativas de monitoramento e pesquisa, o programa Pró-Ariranha também se dedica a ações de conscientização e educação ambiental direcionadas às comunidades locais, negócios turísticos e proprietários rurais. O objetivo é reforçar a importância da preservação da espécie e de seu ambiente. Samara Almeida, bióloga do Naturatins, destaca que o projeto é um compromisso a longo prazo com a biodiversidade da região. "Cada passo dado neste programa representa um avanço na proteção da ariranha e de todo o ecossistema aquático do Tocantins".
Com essa iniciativa, o Governo do Tocantins reforça seu compromisso com a preservação ambiental, posicionando-se como um exemplo no Brasil. A bióloga do Naturatins conclui que o programa, ao integrar ciência, gestão ambiental e a participação da comunidade, garante não apenas a sobrevivência da espécie ameaçada, mas também a proteção dos recursos naturais para as gerações atuais e futuras.
Da redação Ponto Notícias l Secom Tocantins