Uma paciente com histórico de problemas respiratórios faleceu nesta quarta-feira (12) após aguardar por várias horas para receber assistência em um centro de emergência localizado no bairro do Pau Miúdo, em Salvador. Durante o tempo de espera, ela apresentou dificuldades significativas para respirar, sem que sua situação fosse tratada com a urgência necessária.
A demora no atendimento gerou indignação entre familiares e outros presentes na unidade, que relataram a falta de agilidade no suporte prestado. O caso levanta questionamentos sobre a estrutura e a eficiência dos serviços de saúde emergenciais na região, especialmente no cuidado a pacientes em situações críticas.
A tragédia ganhou ainda mais repercussão quando um vídeo gravado pelo esposo da paciente veio à tona, mostrando o desespero dele enquanto pedia socorro para a companheira. Nas imagens, é possível ouvi-lo clamando por atendimento imediato, afirmando que a esposa estava em estado crítico e que ninguém tomava providências. A gravação evidencia o caos e a impotência de quem busca auxílio médico e não recebe a assistência necessária a tempo.
Testemunhas relataram que a espera se prolongou mesmo diante da gravidade do quadro, o que gerou revolta entre os presentes. Familiares e demais pacientes que acompanhavam a situação cobraram uma resposta da equipe de saúde, questionando a falta de prioridade no atendimento a uma pessoa que claramente necessitava de cuidados urgentes. O episódio reacende o debate sobre a capacidade do sistema público de lidar com emergências e garantir um suporte eficiente a quem mais precisa.
A situação registrada no vídeo expõe a gravidade do descaso enfrentado pela paciente e seus familiares. Enquanto a mulher lutava para respirar, clamando por oxigênio, o atendimento seguia sem urgência aparente. A angústia da vítima, que repetidamente afirmava estar sem ar, ressoava pelo ambiente, aumentando a tensão entre os presentes. O registro evidencia o desespero de alguém que sabe da própria fragilidade, mas não encontra resposta imediata daqueles que deveriam intervir para salvar vidas.
Nas imagens, a inércia do profissional de saúde dentro da sala reforça a sensação de negligência. A enfermeira chega a abrir a porta, permitindo que se veja o médico sentado, aparentemente sem pacientes no momento, mas sem demonstrar reação imediata à gravidade da situação. A espera prolongada custou a vida de Adnailda Souza, de 42 anos, que implorava por ajuda enquanto a assistência tardava em ser prestada. O caso levanta questionamentos sobre o preparo e a sensibilidade dos profissionais diante de emergências, além de ressaltar a fragilidade do sistema de saúde em garantir respostas rápidas e eficazes a quem precisa.
O drama vivido pela família se agravou com a demora no atendimento. Mesmo após os pedidos desesperados por ajuda, a paciente só recebeu assistência quando já não demonstrava mais sinais vitais. Foram cerca de três horas de espera, um tempo crítico para quem enfrentava uma crise respiratória severa. A falta de resposta imediata fez com que a situação se tornasse irreversível, resultando em uma tragédia que poderia ter sido evitada.
A acusação de negligência feita pelos familiares evidencia um problema recorrente em algumas unidades de saúde: a demora na triagem e na tomada de decisões em emergências. A ausência de medidas rápidas para estabilizar a paciente levanta questionamentos sobre a conduta dos profissionais que estavam de plantão. Para os parentes, fica a dor de ter perdido uma vida que, com atendimento adequado e tempestivo, poderia ter sido salva. O caso reacende debates sobre o funcionamento do sistema público de saúde e a responsabilidade de quem deveria agir para evitar desfechos tão cruéis.
Diante da gravidade do caso, a Secretaria de Saúde se manifestou afirmando que a paciente foi classificada como urgência ao dar entrada na unidade, recebendo uma pulseira laranja, que indica prioridade no atendimento. Segundo a versão oficial, durante a consulta médica, seu quadro teria se agravado, levando à necessidade de encaminhamento para a ala destinada a pacientes em estado crítico. No entanto, o tempo de resposta à emergência da mulher e a falta de ações imediatas antes de sua piora continuam sendo questionados pela família.
A repercussão do episódio gerou grande indignação e levou o órgão responsável a anunciar a abertura de uma investigação administrativa para apurar a conduta da equipe de plantão e esclarecer se houve falhas no atendimento prestado. Enquanto a análise do caso não é concluída, a dor da família e as imagens registradas durante o desespero na unidade de saúde reforçam um debate necessário sobre a eficiência dos protocolos médicos em situações de emergência.
A tragédia expõe a fragilidade de um sistema que deveria garantir atendimento rápido e eficiente para quem mais precisa. Quando uma pessoa busca uma unidade de saúde em situação crítica, o mínimo esperado é que receba cuidados imediatos, e não que fique à mercê da sorte enquanto luta para respirar. Infelizmente, casos como esse não são isolados, revelando uma realidade onde protocolos muitas vezes não se traduzem em ações concretas.
As respostas institucionais tendem a seguir um padrão: investigações são abertas, notas são emitidas, mas poucas mudanças efetivas acontecem para evitar que novas tragédias ocorram. Enquanto isso, famílias continuam perdendo entes queridos por falhas evitáveis, enfrentando a dor de saber que um atendimento mais ágil poderia ter feito a diferença entre a vida e a morte.
Mais do que relatórios e processos internos, é necessário que gestores públicos e profissionais de saúde compreendam a gravidade de suas responsabilidades. Cada atraso, cada descaso e cada omissão pode custar uma vida. A indignação da sociedade não pode ser abafada por declarações formais, pois o que está em jogo não é um número em um relatório, mas a existência de pessoas que confiam no sistema para sobreviver.
Da redação Ponto Notícias l Com informação Diego Barreto - Salvador