Na data dedicada à conscientização sobre a enfermidade, nesta segunda-feira (24), a Secretaria de Estado da Saúde (SES/TO) destaca a relevância da identificação precoce do problema. Informações do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) mostram que, no ano passado, foram registrados 218 novos diagnósticos no Tocantins. Neste ano, esse número já alcançou 227. De acordo com o Ministério da Saúde (MS), anualmente, aproximadamente 10 milhões de pessoas em todo o mundo são afetadas.
“A condição é causada por uma bactéria e tem caráter transmissível, atingindo principalmente os pulmões, mas podendo comprometer diferentes órgãos e sistemas do corpo”, esclarece Rhonner Uchôa, responsável pela área técnica do tema na SES/TO.
Para ampliar as iniciativas voltadas à prevenção e ao tratamento da doença, a Secretaria de Estado da Saúde (SES/TO) também incentiva as ações realizadas durante a Semana Nacional de Mobilização e Luta Contra a Tuberculose. O evento acontece entre os dias 24 e 31 de março, promovendo atividades educativas, campanhas de conscientização e reforço no atendimento à população.
A mobilização busca sensibilizar a sociedade sobre a importância do diagnóstico precoce, do tratamento adequado e da adesão às medidas de prevenção. Além disso, profissionais da saúde são capacitados para aprimorar a detecção da doença e garantir um acompanhamento eficiente aos pacientes em tratamento.
O especialista Rhonner Uchôa ressalta que a iniciativa tem como principais objetivos ampliar a conscientização sobre os sinais e sintomas da doença, estimular a busca ativa por atendimento médico, além de fortalecer o envolvimento dos profissionais de saúde na identificação de novos casos. Entre as ações promovidas, destacam-se a realização de exames específicos, a testagem de pessoas em contato com indivíduos diagnosticados e a ampla divulgação da disponibilidade de tratamento gratuito no Sistema Único de Saúde (SUS).
A mobilização também busca reduzir o estigma associado à doença, promovendo atividades educativas e incentivando o diálogo com grupos mais vulneráveis. Segundo Rhonner Uchôa, os municípios são orientados a utilizar diferentes canais de comunicação para ampliar o alcance da campanha. Ele destaca ainda a importância de estratégias voltadas a populações de risco, como pessoas privadas de liberdade, moradores em situação de rua, imigrantes e comunidades indígenas.
A equipe responsável pelo controle da doença no estado promove uma série de iniciativas para fortalecer as medidas de prevenção e monitoramento. Entre as ações desenvolvidas, destacam-se a análise constante dos dados epidemiológicos e a avaliação do cumprimento das metas estabelecidas no sistema público de saúde.
Além disso, é realizado um acompanhamento detalhado dos tratamentos especiais por meio de sistemas específicos, permitindo uma gestão mais eficiente dos casos. Os 139 municípios do estado recebem, a cada quatro meses, relatórios informativos com os principais indicadores da doença, acompanhados de videoconferências e capacitações regionais para aprimorar a vigilância. Outras iniciativas incluem a produção de materiais gráficos para apresentar a situação epidemiológica e oficinas voltadas à qualificação do banco de dados da tuberculose.
Os sinais característicos da doença incluem tosse persistente com secreção por um período prolongado, sensação de fadiga intensa, febre leve no fim do dia, suor excessivo durante a noite, redução do apetite, palidez, perda significativa de peso, fraqueza e indisposição.
A forma de transmissão ocorre diretamente entre indivíduos. Quando a pessoa infectada fala, tosse ou espirra, libera no ambiente partículas microscópicas que contêm o agente causador, possibilitando a inalação por outros e favorecendo a propagação da infecção.
A identificação da doença pode ser feita por meio da análise do escarro, utilizando o Teste Rápido Molecular (TRM-TB), além de outros exames complementares, como baciloscopia e cultura. Procedimentos adicionais, como radiografia torácica, teste tuberculínico e exame histopatológico, também auxiliam na confirmação do diagnóstico.
O tratamento é oferecido sem custo pelo SUS e ocorre em duas etapas: intensiva e de manutenção. O processo deve durar pelo menos seis meses, sem interrupções e de forma diária. Nos primeiros dois meses, a terapia inclui Rifampicina (R), Isoniazida (H), Pirazinamida (Z) e Etambutol (E), seguindo o protocolo RHZE. Na etapa final, que se estende por mais quatro meses, são mantidos apenas Rifampicina (R) e Isoniazida (H).
A imunização com a vacina BCG protege contra as formas graves da doença, como a meníngea e a miliar. Produzida com o bacilo de Calmette-Guérin, uma versão atenuada da bactéria causadora da tuberculose, a vacina é recomendada para crianças com menos de cinco anos, sendo aplicada em dose única logo após o nascimento.
Além da vacinação, a detecção e o tratamento adequados de indivíduos com infecção latente são estratégias fundamentais para reduzir a incidência da doença. Nesse contexto, campanhas de conscientização desempenham um papel essencial na prevenção e no controle da transmissão.
Da redação Ponto Notícias l Com Inf. Secom Tocantins