A administração adequada das áreas de pasto desempenha um papel fundamental no desenvolvimento dos animais na criação voltada para a produção de carne. Essa abordagem influencia diretamente o crescimento dos bovinos, as características da vegetação utilizada na alimentação e a preservação do terreno, aspectos indispensáveis para a viabilidade econômica do setor. Esse assunto foi tratado pelo técnico agrícola e responsável pela área comercial da Casa da Lavoura Acre.
De acordo com Schmitz, a administração das áreas de pasto envolve uma série de medidas voltadas para assegurar a produção contínua de vegetação por espaço cultivado, preservar o terreno e proporcionar uma alimentação equilibrada e constante para os animais. “A intenção é alcançar a máxima produção de carne e leite por unidade de terra, mantendo a recuperação da vegetação utilizada na nutrição do rebanho”, explica.
Entre os aspectos que impactam a administração das áreas de pasto, Schmitz ressalta a seleção da vegetação utilizada na alimentação, o enriquecimento do solo, o controle de espécies invasoras e a quantidade de animais por espaço disponível.
“A definição da vegetação deve levar em conta a adequação ao clima, a resistência a possíveis ameaças e a aceitação pelos bovinos. A aplicação de calcário para corrigir o solo e a reposição de nutrientes por meio de fertilizantes são fundamentais para manter as condições ideais ao desenvolvimento das plantas”, explica.
No que se refere à quantidade de animais por área e à intensidade da utilização do pasto, o técnico destaca a necessidade de adaptações de acordo com o peso dos bovinos e a extensão do terreno. “O uso excessivo pode comprometer a vegetação, enquanto a baixa utilização resulta em desperdício de alimento”, adverte.
Schmitz ressalta que a forma de administração das áreas de pasto muda de acordo com a etapa da criação de bovinos: nascimento, crescimento ou ganho de peso.
Em propriedades voltadas para a primeira fase, os espaços são mais amplos, e os grupos de animais permanecem entre uma e duas semanas em cada setor, alternando entre três ou quatro divisões. Já no período de crescimento, a gestão se torna mais rigorosa, com a rotação dos pastos e o fornecimento de complementos nutricionais ricos em proteínas e energia.
“Algumas fazendas adotam um método intensivo no período de crescimento, fornecendo suplementos entre 1% e 2% do peso corporal diariamente, o que acelera o desenvolvimento dos bovinos”, explica.
Na última etapa, a administração pode ser realizada por meio da alternância de áreas ou de forma tradicional, sempre com a complementação nutricional necessária para melhorar o rendimento dos animais.
A incorporação de ferramentas digitais e sistemas de acompanhamento tem auxiliado na melhoria da eficiência e na sustentabilidade da administração das áreas de pasto. Entre as inovações utilizadas estão o monitoramento por satélite, drones, equipamentos de pesagem eletrônica, programas de gestão e aplicação automatizada de insumos.
Schmitz também enfatiza a relevância dos modelos que combinam diferentes atividades, como a integração entre cultivo e criação de animais (ILP) e a associação dessas práticas com o plantio de árvores (ILPF). Essas abordagens permitem a alternância de culturas, ampliam a diversidade produtiva e elevam a qualidade das áreas de pasto. “Essas iniciativas favorecem o conforto dos animais e contribuem para a sustentabilidade das propriedades”, destaca.
Apesar dos avanços tecnológicos, o gerente ressalta a necessidade de qualificação constante das equipes no campo. “Os recursos digitais não substituem o preparo dos trabalhadores. É fundamental investir em conhecimento para utilizar as ferramentas de forma eficiente e alcançar os melhores resultados”.
Da redação Ponto Notícias l Com inf. Luis Roberto Toledo