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Filhotes de lobos-terríveis são recriados em laboratório nos EUA após mais de 10 mil anos extintos

Filhotes foram gerados por clonagem a partir de DNA extraído de fósseis; projeto pioneiro reacende debate ético sobre a recriação de espécies extintas

Por: Redação Fonte: Redação
08/04/2025 às 10h00
Filhotes de lobos-terríveis são recriados em laboratório nos EUA após mais de 10 mil anos extintos
Filhotes de lobos-terríveis, restaurados em laboratório nos Estados Unidos, vivem em centro de preservação com acesso restrito

Há mais de dez milênios, uma espécie dominante percorreu as terras americanas com força e imponência. Com cerca de 80 quilos, esses caçadores se destacavam por suas habilidades letais, possuindo estruturas dentárias e garras que os tornavam aptos a enfrentar e abater animais de grande porte, incluindo criaturas pré-históricas de tamanho expressivo. Essa linhagem formou um reinado marcante na cadeia alimentar do continente.

A linhagem, que ganhou projeção mundial ao ser associada a uma famosa produção televisiva como emblema de uma das casas mais conhecidas da trama, foi trazida de volta por meio de avanços científicos. O processo de restauração foi conduzido por uma empresa de biotecnologia, resultando no nascimento dos primeiros exemplares em outubro do ano anterior. No entanto, a divulgação oficial da conquista ocorreu somente nesta segunda-feira, dia 7.

Dessa forma, três indivíduos foram gerados no projeto: dois irmãos batizados com nomes inspirados em figuras lendárias ligadas ao surgimento da capital italiana — conhecidos por terem sido criados por uma figura lupina — e uma fêmea mais jovem, cuja denominação faz referência a uma personagem central da mesma narrativa televisiva que consagrou a imagem da espécie. Os dois machos já completaram meio ano de vida.

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Segundo informações da organização responsável pelo projeto, os exemplares estão sob cuidados especializados em uma instalação voltada à conservação de espécies nos Estados Unidos. A fim de preservar a segurança e o bem-estar dos animais, o endereço do local não é revelado ao público. Representantes de uma importante publicação internacional conseguiram acesso ao espaço e descreveram os jovens predadores como instintivos e ariscos, mantendo distância tanto de visitantes quanto das próprias equipes encarregadas de sua manutenção.

Apesar da aparência que lembra espécies modernas como lobos cinzentos e chacais, essa antiga linhagem apresentava características genéticas únicas. Diferente de outros membros do grupo, conhecidos por sua capacidade de gerar descendentes com espécies próximas, não há evidências que indiquem que esses predadores pré-históricos tenham se reproduzido com outros tipos de canídeos.

A empresa responsável pelo projeto informou, por meio de comunicado, que o processo de clonagem foi possível a partir da análise de material genético extraído de vestígios antigos. Para isso, foram utilizados fragmentos preservados encontrados em dentes com aproximadamente 13 mil anos, além de um exemplar craniano com datação estimada em 72 mil anos.

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Na etapa seguinte, os pesquisadores modificaram o material genético de uma espécie próxima, utilizando técnicas avançadas de engenharia, como o CRISPR Cas-9 — recurso também aplicado em cultivos agrícolas adaptados a condições extremas. Com o código ajustado, recorreram a fêmeas domesticadas como portadoras para gerar os novos indivíduos em laboratório.

A empresa também afirmou que mantém em andamento pesquisas voltadas à recriação de outras espécies desaparecidas há milênios. Entre os candidatos estudados estão uma ave que habitava ilhas do oceano Índico e foi extinta pela ação humana, um grande mamífero adaptado ao frio intenso, e um marsupial carnívoro que habitava a Oceania e desapareceu nas primeiras décadas do século XX.

A companhia enfatizou que o retorno de espécies extintas possui um propósito relevante, pois os avanços obtidos durante esse processo podem ser aplicados na proteção de animais em risco de desaparecer, como uma variedade nativa da América do Norte. Em complemento, divulgou em março deste ano que alcançou sucesso na replicação do material genético de um antigo habitante das regiões geladas, o que representa um passo importante para a criação de linhagens mais adaptáveis de seus parentes modernos, potencialmente mais preparadas para enfrentar transformações ambientais provocadas pelas mudanças no clima.

Apesar dos avanços científicos, a iniciativa tem sido alvo de questionamentos. Especialistas de outras instituições apontam preocupações relacionadas à ética do procedimento, destacando possíveis riscos para as espécies envolvidas no processo, como as fêmeas utilizadas na gestação, que podem enfrentar complicações graves. Além disso, há o receio de que a inserção de organismos que desapareceram há milênios possa desestabilizar ambientes naturais que hoje funcionam sob novas dinâmicas. Em contrapartida, representantes da empresa defendem que a manipulação genética e o retorno de certas espécies representam uma estratégia promissora para conter o avanço da perda de diversidade biológica.

Da redação Ponto Notícias l Com inf. Veja

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