Durante o mês de fevereiro de 2025, foram registradas mais de seis milhões de notificações relacionadas ao não cumprimento das normas viárias no país, conforme levantamento feito pelo sistema nacional que centraliza essas ocorrências. A média ultrapassa nove mil registros por hora, refletindo um cenário de atenção em relação ao comportamento dos condutores e às condições de circulação nas vias brasileiras. O dado revela um volume elevado de condutas inadequadas ao volante, apontando para a necessidade de intensificar medidas educativas e de fiscalização.
Entre os fatores mais recorrentes que geraram registros no sistema nacional, destacam-se três condutas com alto potencial de provocar acidentes: exceder a velocidade permitida em até 20%, ultrapassar esse limite entre 20% e 50% e desrespeitar a sinalização semafórica. Essas ocorrências são amplamente captadas por sistemas automatizados de monitoramento, como os radares, que permitem maior cobertura na fiscalização sem depender exclusivamente da presença física de agentes nas vias..
O volume registrado no segundo mês de 2025 revela uma realidade preocupante nas vias brasileiras. Embora os equipamentos eletrônicos sejam responsáveis por grande parte dos registros, ainda há muitos comportamentos de risco que passam despercebidos pelas câmeras. Isso significa que o número total de atitudes perigosas pode ser ainda maior do que os dados oficiais indicam.
As práticas mais comuns envolvem ultrapassagens do limite de velocidade e desrespeito à sinalização luminosa. Esses atos, embora muitas vezes vistos como banais, representam sintomas de um problema mais profundo: a ausência de consciência coletiva no uso das ruas e estradas.
Além das consequências diretas, como acidentes e mortes, o acúmulo de infrações impacta setores essenciais como o sistema de saúde — que arca com atendimentos de vítimas —, o tráfego nas cidades, e até a previdência social, que sofre com afastamentos por invalidez e aposentadorias precoces.
Embora os números chamem a atenção, o problema vai além da quantidade de autuações. Em uma estrutura onde muitas vezes a aplicação das normas não é levada a sério, criando um sentimento de impunidade. Quando o cidadão acredita que pode recorrer a alguém influente para apagar uma infração, ou que "nada vai acontecer", o respeito às regras deixa de ser um valor coletivo e passa a ser opcional — o que enfraquece toda a lógica de convivência segura nas vias públicas.
Esse cenário reforça a importância de uma mudança profunda, que envolva não apenas fiscalização mais efetiva, mas também um compromisso real das autoridades com o cumprimento igualitário das leis. Enquanto houver brechas que favoreçam os mais influentes em detrimento da maioria, o trânsito continuará refletindo uma sociedade desigual, onde o risco é multiplicado e a responsabilidade, diluída.
A causa dos problemas em trânsitos.
Na aquisição de um veículo, seja à vista ou por financiamento, representa a posse legítima de um bem. No entanto, muitos proprietários se veem diante de uma realidade em que esse bem adquirido passa a gerar uma sequência constante de despesas, especialmente quando associado ao sistema de fiscalização e penalidades de trânsito. A questão que se impõe é: até que ponto é justo que o cidadão pague por um bem que, em vez de proporcionar mobilidade e autonomia, se torna um reprodutor de encargos contínuos?
Além disso, há uma contradição perceptível no tratamento dado à Carteira Nacional de Habilitação. Apesar de ser um documento pelo qual o cidadão paga, seu uso é rigidamente condicionado a regras, advertências e punições, que muitas vezes não incluem alternativas de correção imediata. Caso a intenção fosse verdadeiramente educativa, o condutor deveria ter acesso facilitado a processos de reciclagem e reabilitação, sem perder seus direitos automaticamente. Afinal, se o documento é adquirido mediante pagamento, ele também deveria representar um direito garantido, e não apenas uma autorização passível de ser retirada com facilidade.
Da redação Ponto e Virgula Notícias l Palmas