Sábado, 26 de Abril de 2025
23°C 32°C
Palmas, TO
Publicidade

Mato Grosso do Sul se destaca na piscicultura com salto expressivo na produção de tilápia

Com crescimento de quase 19% em 2024, estado avança no ranking nacional e mira exportações para mercados exigentes como EUA e Canadá, sem perder de vista os desafios com espécies nativas

Por: Redação Fonte: Redação
10/04/2025 às 10h00
Mato Grosso do Sul se destaca na piscicultura com salto expressivo na produção de tilápia
Tilapicultura impulsiona produção de peixes em Mato Grosso do Sul e transforma municípios em polos estratégicos do setor

A atividade aquícola em Mato Grosso do Sul registra um avanço expressivo, com destaque para a criação de uma espécie específica amplamente cultivada. No ano de 2024, o volume total extraído alcançou 40.500 toneladas, evidenciando um aumento de 18,77% em comparação ao período anterior. Com esse desempenho, o estado se posiciona entre os principais centros de destaque do segmento no país. Do total produzido, 38.400 toneladas correspondem à espécie predominante, enquanto exemplares característicos da região, como pacu e pintado, representaram 2.000 toneladas. Outras variedades menos expressivas, como carpa, truta e panga, completaram o quadro com 100 toneladas.

Segundo dados reunidos pela entidade nacional voltada ao desenvolvimento do setor aquícola, o progresso observado reflete o amadurecimento técnico da atividade no estado. Empreendimentos regionais têm aumentado sua capacidade de operação, ao mesmo tempo em que adotam práticas compatíveis com as exigências contemporâneas de mercado, como padrões elevados de qualidade e responsabilidade ambiental. Tecnologias aplicadas ao cultivo, como estruturas escavadas, redes submersas e melhorias no trato diário, foram fundamentais nesse processo. Atualmente, a área destinada à atividade soma 3.324 hectares, com a presença de 10.305 unidades escavadas e 2.456 estruturas flutuantes.

Entre os sinais mais evidentes desse avanço está a ascensão acelerada do estado na lista dos maiores produtores de determinada espécie no país. Em um curto intervalo, a unidade federativa saltou 15 colocações, consolidando-se como referência nacional no segmento. Os produtos derivados dessa atividade, especialmente os cortes resfriados ou armazenados a baixas temperaturas, vêm alcançando consumidores em países com altos padrões de importação, como os da América do Norte — uma perspectiva que projeta impactos significativos na movimentação econômica local.

Continua após a publicidade

As cidades que mais se destacam nesse cenário são Selvíria, Itaporã e Aparecida do Taboado, que ocupam as primeiras posições na atividade, seguidas por Dourados, Mundo Novo, Deodápolis, Paranaíba, Sidrolândia, Ponta Porã e Brasilândia. De acordo com informações iniciais levantadas pelo IBGE, esses municípios têm colhido os frutos de políticas públicas voltadas ao fortalecimento da atividade aquícola, além de despertar o interesse de empreendedores que veem na região uma oportunidade promissora para investimentos e expansão produtiva.

Mesmo com o cenário favorável em torno da tilápia e as expectativas de crescimento para o próximo ano, há pontos de alerta que não podem ser ignorados. A redução no volume de peixes nativos tem gerado apreensão entre especialistas e trabalhadores do setor, uma vez que ameaça a pluralidade da produção no estado – fator historicamente valorizado como vantagem estratégica. Preservar essa multiplicidade é fundamental tanto para o equilíbrio ambiental quanto para a ampliação de nichos comerciais, contribuindo para a sustentabilidade e a resiliência da atividade em longo prazo.

A continuidade da evolução da atividade pesqueira no estado exige um olhar atento ao equilíbrio entre produtividade e preservação. Para que o desenvolvimento não comprometa os recursos naturais e a riqueza ecológica local, será necessário investir em práticas sustentáveis e em incentivos que estimulem a criação de peixes nativos. Assim, Mato Grosso do Sul poderá consolidar sua posição de destaque no cenário nacional, sem abrir mão da diversidade que sempre marcou sua piscicultura.

Continua após a publicidade

A continuidade do progresso no setor passa, necessariamente, por políticas públicas que incentivem tanto a modernização das estruturas quanto a preservação dos recursos naturais e das espécies nativas. A integração entre produtores, órgãos ambientais e instituições de pesquisa será fundamental para garantir um crescimento que respeite os limites ecológicos e promova equilíbrio entre produtividade e conservação.

Nesse cenário, Mato Grosso do Sul tem a oportunidade de se consolidar como referência nacional e internacional não apenas em volume de produção, mas também em práticas sustentáveis. Investir em inovação, capacitação técnica e manejo ambiental responsável será decisivo para transformar o atual momento de expansão em um legado duradouro para a economia e para o meio ambiente do estado.

Da redação Ponto Notícias l Com inf. Peixe BR

* O conteúdo de cada comentário é de responsabilidade de quem realizá-lo. Nos reservamos ao direito de reprovar ou eliminar comentários em desacordo com o propósito do site ou que contenham palavras ofensivas.
500 caracteres restantes.
Comentar
Mostrar mais comentários
Lenium - Criar site de notícias