Entre os dias 23, 24 e 25 de março, educadores e gestores da Amazônia se reuniram no Auditório Lídia Parisotto, na sede da Fundação Amazônia Sustentável (FAS), para discutir a educação na região. O III Planejamento Integrado das Redes Municipais de Ensino, promovido pelo projeto Práticas Pedagógicas Inovadoras para a Melhoria do Ensino Fundamental e Médio na Amazônia Profunda, contou com a presença de representantes de 10 municípios do Amazonas, além de dois municípios do Acre e Pará.
A iniciativa é da FAS, que conta com o apoio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e Movimento Bem Maior (MBM), além da parceria com a Secretaria de Estado da Educação (Seduc), a Secretaria do Meio Ambiente (Sema) e a Universidade Federal do Amazonas (Ufam), e tem como objetivo fortalecer a formação de professores e desenvolver novos modelos pedagógicos alinhados às realidades amazônicas.
“O principal objetivo do Planejamento Integrado com as redes municipais de ensino é promover uma educação de maior qualidade e equidade, otimizando recursos e ações através da colaboração e coordenação entre os diversos atores envolvidos. É o terceiro encontro com esses profissionais e, a cada evento, percebemos o quanto o projeto já gerou impactos na educação ribeirinha. A dedicação dos professores e gestores é satisfatória para nós, pois indica que o projeto está no caminho certo”, ressalta a supervisora de educação na FAS, Silvana Souza.
Educação inovadora e trocas de saberes
A programação contou com debates, dinâmicas interativas e palestras inspiradoras. O especialista Dr. Martin Burn, da Fundação Paraguaia, apresentou a metodologia de educação para superação da pobreza, enquanto o Prof. O Dr. Wagner Paiva Araújo, da Ufam, trouxe reflexões sobre a educação em tempos de mudanças climáticas.
Além dos painéis, os participantes foram envolvidos em atividades práticas, como a tradicional "farinhada", que uniu aprendizado e cultura, e a dinâmica "teia", que reforçou a importância do trabalho coletivo. A Mostra Cultural, realizada no encerramento do evento, trouxe apresentações de música, teatro e poesia, valorizando os talentos locais e promovendo a conexão entre cultura e aprendizado.
“Tivemos a oportunidade de adquirir novos conhecimentos para inovar, por meio dos conhecimentos tradicionais das nossas comunidades, e fazer educação utilizando a floresta para desenvolver a educação básica. Vamos levar os materiais que recebemos aqui para que possamos nos inspirar e produzir nossos próprios materiais para termos nossas práticas inovadoras na educação”, comenta o coordenador escolar de educação indígena em Novo Aripuanã, Emerson Kulina.
Próximos passos
A partir das discussões do evento, foram definidas estratégias para fortalecer o ensino fundamental e médio na Amazônia, incluindo a co-implementação dos itinerários formativos do Novo Ensino Médio, em parceria com a Seduc e a Sema. Com essa mobilização, o Projeto Práticas Pedagógicas Inovadoras segue ampliando oportunidades para educadores e estudantes da Amazônia, conectando ensino, cultura e inovação para uma educação mais inclusiva e sustentável.
“Saio daqui com uma visão diferente e, por ser a minha primeira vez, não tem como não se encantar com essas práticas inovadoras e, mais do que isso, nós fomos ensinados e entendemos que é possível [aplicá-las] porque já acontecem em outras escolas. Agradeço a FAS e saio daqui com a vontade de continuar e fazer a diferença”, destacou a coordenadora rural das escolas unidocentes do setor Rio Negro, Iziane Vasconcelos.
Da redação Ponto Notícias l Emanuelle Araujo Melo de Campos