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Roque Quagliato: O Rei do Gado e Seu Legado no Agronegócio

Com mais de 240 mil cabeças de gado, Quagliato se consolidou como o maior pecuarista individual do Brasil, sendo referência em inovação e sustentabilidade no setor agropecuário.

Por: Redação Fonte: Redação
14/04/2025 às 06h00
Roque Quagliato: O Rei do Gado e Seu Legado no Agronegócio
Roque Quagliato em um evento do agronegócio, continuando a sua trajetória como ícone da pecuária brasileira.

Com uma abordagem inovadora e corajosa, o empresário Roque Quagliato foi responsável por transformar vastas áreas remotas na região amazônica em um dos maiores empreendimentos agropecuários do Brasil. Sua trajetória é marcada pela inspiração que gerou em várias gerações, além de um legado repleto de avanços e disputas.

Nos bastidores do setor agropecuário brasileiro, poucos nomes têm o impacto de Roque Quagliato. Reconhecido em todo o país como o “Rei do Gado”, ele é uma figura emblemática da pecuária de corte. Sua jornada, caracterizada por uma visão visionária, coragem para explorar a Amazônia e uma forte mentalidade empreendedora, culminou, ao longo de cinquenta anos, na criação de um dos maiores rebanhos privados do Brasil e no estabelecimento de um império que se consolidou como referência no setor.

A trajetória de Roque tem início em São Paulo, onde sua família estava envolvida no setor sucroalcooleiro, gerenciando a renomada Usina São Luiz em Ourinhos. Contudo, foi nos anos 1970, durante a política do regime militar que incentivava a ocupação da Amazônia, que o caçula dos irmãos Quagliato viu uma chance audaciosa: abandonar a estabilidade do interior paulista e enfrentar o desafio de criar algo de grande escala no sul do Pará.

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Em 1973, aos 33 anos, Roque chegou a Sapucaia, no Pará, um lugar que, como ele mesmo descreveu, “não tinha cidade, não tinha estrada… não tinha nada”. Contando com os incentivos fiscais da SUDAM, ele fundou a Fazenda Rio Vermelho e deu início ao processo de transformação da floresta em vastas pastagens produtivas.

Nas décadas seguintes, Roque Quagliato expandiu ainda mais sua atuação, explorando a região de Xinguara e áreas vizinhas, o que levou à criação de um dos maiores complexos pecuários do país. Junto aos irmãos, fundou o Grupo Quagliato, que, já nos anos 2000, era responsável por um rebanho de cerca de 150 mil cabeças de gado, espalhadas por mais de 85 mil hectares no Pará. O crescimento foi contínuo e, em 2023, o grupo realizou uma das maiores negociações imobiliárias do setor agropecuário brasileiro, adquirindo 27 mil hectares adicionais em Xinguara, elevando para cerca de 112 mil hectares a área total sob seu controle.

Atualmente, o Grupo Rio Vermelho detém cerca de 240 mil cabeças de gado de corte, consolidando Roque Quagliato como o maior pecuarista individual do Brasil. Além de sua forte presença no Pará, a família continua com negócios no setor sucroalcooleiro e na pecuária em estados como São Paulo, Paraná e Goiás, ampliando e fortalecendo um império multissetorial.

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Além dos números impressionantes, a jornada de Roque Quagliato também deixou uma marca significativa nas práticas da pecuária nacional. Ele foi um dos pioneiros a defender a intensificação sustentável da produção, com a filosofia de aumentar a produtividade sem a necessidade de expandir para novas áreas. Seu lema – "Intensificar a pasto para preservar o meio ambiente" – reflete esse compromisso com a sustentabilidade, tornando-se um exemplo de boas práticas no setor.

Nas fazendas do Grupo Rio Vermelho, práticas como o manejo rotacionado de pastagens, controle rigoroso da lotação e parcerias com empresas de tecnologia para o controle de plantas invasoras fazem parte do dia a dia. Há mais de dez anos, o grupo também investe na integração lavoura-pecuária (ILP), recuperando áreas degradadas e maximizando o uso da terra. Outro ponto de destaque é o foco no melhoramento genético. Desde o início das atividades na Amazônia, Roque Quagliato tem investido na formação de um rebanho Nelore de alta linhagem, uma estratégia que se tornou um modelo para outros produtores.

Além da eficiência produtiva, Roque Quagliato é uma referência pela gestão profissional e sólida que aplica em seus negócios, sempre priorizando liquidez, capital próprio e resiliência, mesmo em períodos de crise no mercado pecuário. Aos 80 anos, continua sendo uma figura respeitada e admirada no agronegócio, mantendo um perfil discreto, mas sempre presente em feiras e eventos, onde é constantemente homenageado. Em 2023, ao completar 50 anos de atividades do Grupo Rio Vermelho, Roque foi amplamente reconhecido pelo setor como um dos maiores nomes da pecuária brasileira, consolidando ainda mais seu legado.

O legado de Roque Quagliato vai além de suas fazendas. Ele esteve ativamente envolvido em iniciativas de classe e movimentos regionais, como a proposta de criação do Estado do Carajás, com o objetivo de fortalecer a representatividade política dos produtores do sul do Pará. Além disso, mantém um diálogo constante com sindicatos e entidades do setor, sendo frequentemente citado por lideranças como um exemplo de sucesso e pioneirismo no agronegócio.

A trajetória de Roque Quagliato também reflete as tensões do desenvolvimento agropecuário na Amazônia. Ao longo dos anos, o grupo precisou se ajustar às exigências ambientais e regulatórias, adotando boas práticas de preservação. A Fazenda Rio Vermelho foi planejada com corredores ecológicos e áreas de mata preservada, e o grupo aderiu ao Cadastro Ambiental Rural (CAR), mantendo reservas legais acima do exigido. No entanto, Roque se envolveu em embates com o poder público e organizações socioambientais, com polêmicas relacionadas ao desmatamento, conflitos fundiários e fiscalização trabalhista, episódios que marcaram a história do grupo, mas também impulsionaram mudanças em sua forma de operação. Nos últimos anos, Roque reforçou seu compromisso com a sustentabilidade, defendendo a possibilidade de produzir mais e de maneira mais eficiente sem abrir novas áreas. Sua frase "intensificar para preservar" reflete essa mudança de mentalidade, alinhada às exigências do mercado e da sociedade por uma pecuária responsável.

A história de Roque Quagliato é, em essência, a história da expansão do agronegócio brasileiro nas últimas cinco décadas. Com sucessos e polêmicas, o "Rei do Gado" desempenhou um papel fundamental na formação do setor, criando um império que continua a influenciar práticas e a inspirar produtores em todo o país. Entre desafios ambientais, gestão estratégica e visão pioneira, o legado de Quagliato permanece vivo – não só nas pastagens da Amazônia, mas também nas discussões sobre o futuro da produção pecuária no Brasil.

Quem é Roque Quagliato? Roque Quagliato é um dos maiores pecuaristas do Brasil, amplamente conhecido como o “Rei do Gado”. Nos anos 1970, ele desbravou a região sul do Pará e construiu um dos maiores impérios da pecuária nacional, com foco na criação de gado de corte. Sua trajetória é abordada no artigo Quem é Roque Quagliato, dono do maior rebanho brasileiro?.

Por que Roque Quagliato é chamado de Rei do Gado? O apelido de "Rei do Gado" surgiu nos anos 1980, quando seu rebanho começou a se destacar na região do Pará. Com o tempo, sua fama cresceu, e ele passou a ser reconhecido como um dos maiores criadores de gado do país. A coincidência com a novela da TV Globo, que também tinha um personagem conhecido como "Rei do Gado", ajudou a consolidar ainda mais o apelido, simbolizando sua relevância e importância no setor agropecuário.

Quantas cabeças de gado Roque Quagliato possui atualmente? Estima-se que o Grupo Quagliato possua cerca de 240 mil cabeças de gado de corte, o que faz de Roque Quagliato o maior pecuarista individual do Brasil em número de animais. Mais detalhes podem ser encontrados no artigo Com 240.000 bovinos, Rei do Gado mostra que não existem limites.

Onde ficam as fazendas de Roque Quagliato? A maior parte das fazendas de Roque Quagliato está localizada no sul do Pará, principalmente nos municípios de Sapucaia e Xinguara. A fazenda-sede é a Fazenda Rio Vermelho. Além disso, a família também mantém negócios em outros estados, como São Paulo, Paraná e Goiás. Informações adicionais estão disponíveis no artigo Rei do Gado compra fazendas em maior negócio imobiliário da história.

Ele ainda está ativo no negócio?
Sim. Apesar de sua idade avançada, Roque Quagliato continua ativamente envolvido na gestão do grupo e participa das decisões estratégicas. Ele também marca presença em feiras e eventos do setor, demonstrando seu compromisso com a continuidade do negócio.

O que torna a trajetória dele tão importante para o agronegócio?
Roque Quagliato é um exemplo de visão empreendedora, pioneirismo e adaptação às exigências do mercado moderno. Sua trajetória mostra como é possível crescer com eficiência, inovação e consciência ambiental, superando as polêmicas enfrentadas no passado. Sua influência e contribuição ao setor são amplamente reconhecidas e podem ser melhor entendidas no artigo Grupo Quagliato otimiza pecuária com 200 mil animais.

Ele já enfrentou polêmicas ambientais ou trabalhistas?
Sim. O grupo Quagliato esteve envolvido em casos de trabalho análogo à escravidão e recebeu multas ambientais por desmatamento. Esses episódios resultaram na necessidade de ajustes internos e na adoção de práticas mais sustentáveis nos últimos anos.

Qual é o legado de Roque Quagliato para a pecuária brasileira?
O legado de Roque Quagliato inclui:

  • Expansão da pecuária na Amazônia com escala industrial.

  • Adoção de práticas como intensificação a pasto e integração lavoura-pecuária (ILP).

  • Investimento contínuo em genética bovina.

  • Gestão profissional e sólida, mesmo durante períodos de crise.

  • Inspiração para milhares de pecuaristas que desejam crescer com eficiência.

Para uma visão mais ampla sobre os maiores pecuaristas do Brasil, confira o artigo Reis do Gado: Conheça os maiores pecuaristas do Brasil.

Da redação Ponto Notícias l Com inf. texto Thiago Pereira

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