Entre os dias 7 e 11 de abril, no território paulista, indicadores levantados pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) mostraram estabilidade nos valores praticados tanto para o cristal quanto para o combustível derivado da cana.
Durante a etapa inicial da temporada 2025/26, a variação média dos valores para o produto classificado entre 130 e 180 Icumsa atingiu R$ 141,36 por cada saca de 50 quilos, conforme os dados apurados pelo Cepea. Esse número refletiu um acréscimo de 0,79% em comparação à semana anterior.
Nesse começo de temporada, algumas unidades industriais deram início ao processamento, porém a liberação de volumes segue restrita, especialmente no que diz respeito ao tipo 150 Icumsa. Conforme aponta o instituto, a oferta para pronta entrega desse padrão segue limitada.
Dessa forma, o interesse mais intenso observado nos últimos dias favoreceu o aumento das negociações, com registros de transações expressivas em termos de quantidade, conforme levantamento realizado pelo Cepea.
Outro derivado obtido a partir da cana apresentou comportamento semelhante no cenário comercial do principal estado produtor: o etanol hidratado. Conforme apontado pela apuração feita pelo Centro de Estudos, esse equilíbrio nos valores se deve, assim como no caso do cristal, ao início recente das operações fabris e à quantidade reduzida disponível no início da moagem.
Na análise referente ao intervalo de 7 a 11 de abril, o levantamento apontou que o combustível hidratado encerrou o período cotado a R$ 2,7460 por litro, já com os tributos ICMS e PIS/Cofins descontados. Esse resultado representa um acréscimo de 0,23% frente à média anterior. Por outro lado, a variação observada no tipo anidro foi negativa, com recuo de 2,48% no mesmo comparativo, sendo comercializado a R$ 3,0809 por litro, valor também líquido de impostos.
Assim como ocorreu com o produto refinado, a aproximação do feriado impulsionou transações com quantidades mais expressivas do derivado alcoólico. No entanto, mesmo com esse aumento pontual, o montante total comercializado na semana permaneceu aquém das expectativas do setor.
A tendência é que, com o avanço da moagem ao longo das próximas semanas, a oferta dos derivados da cana-de-açúcar aumente gradativamente, o que pode influenciar os preços nas próximas análises. Especialistas observam com atenção o comportamento da demanda interna e externa, além das condições climáticas que podem impactar o ritmo da colheita e da produção.
Apesar da firmeza nos preços observada no início da safra, o setor mantém cautela quanto à evolução do mercado nos próximos meses. A dinâmica entre oferta, estoques e consumo será determinante para definir a estabilidade ou possíveis variações nos valores praticados, tanto para o açúcar quanto para os biocombustíveis.
Da redação Ponto Notícias l Com infor. Jean Schmidt