Sábado, 14 de Junho de 2025
23°C 32°C
Palmas, TO
Publicidade

Entraves logísticos nos portos impactam gravemente a exportação de café brasileiro

Atrasos, omissões de escalas e janelas reduzidas para embarques geram prejuízos milionários às empresas e comprometem a cadeia produtiva do setor

Por: Redação Fonte: Redação
24/04/2025 às 06h00
Entraves logísticos nos portos impactam gravemente a exportação de café brasileiro
Cargas de café aguardam embarque no Porto de Santos, principal ponto de escoamento do produto, onde atrasos e omissões afetaram mais de 60% dos navios em março

A exportação de café no Brasil sofreu forte impacto em março com a não liberação de quase 640 mil sacas, devido a falhas operacionais e atrasos nos principais portos do país. O prejuízo somado ultrapassou R$ 66 milhões em custos logísticos e perdas cambiais que afetam diretamente produtores e empresas do setor. Dados do Boletim Detenção Zero revelam que o Porto de Santos, responsável por mais de 78% dos embarques, registrou atraso ou alteração de escala em 63% dos navios. A situação também é crítica no Rio de Janeiro, segundo maior exportador. O Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé) alerta para os riscos à competitividade do produto e pede medidas estruturantes imediatas.

Produtores responsáveis pela venda internacional de uma das principais bebidas do país enfrentaram obstáculos no último mês, resultando na retenção de uma grande quantidade da mercadoria. A interrupção afetou centenas de unidades de transporte marítimo e gerou perdas significativas às finanças das companhias envolvidas. As dificuldades envolveram despesas extras relacionadas à logística e movimentação dos itens, o que comprometeu ainda mais o resultado das operações. A entidade que representa o setor alertou para o impacto desses entraves no desempenho econômico das empresas do ramo.

Desde o início da análise conduzida pela entidade representativa do setor, ainda no primeiro semestre de 2024, empresas ligadas à organização relataram perdas financeiras expressivas causadas por dificuldades estruturais nas principais rotas de saída da mercadoria pelo país. A ausência de remessas também afetou de forma substancial os ganhos internacionais, com impactos relevantes na entrada de divisas, considerando o valor médio praticado nas negociações e a cotação da moeda estrangeira durante o período analisado.

Continua após a publicidade

O representante técnico da organização destacou que o país figura entre os que mais compartilham o valor negociado no exterior com quem cultiva o grão. Por isso, os entraves nos envios comprometem diretamente os ganhos de quem atua no campo, mesmo com o esforço contínuo desses profissionais para garantir colheitas bem cuidadas e que respeitam práticas ambientais.

Segundo o relatório desenvolvido em conjunto por uma empresa de tecnologia e a entidade representativa do setor, mais da metade das embarcações registradas nos principais terminais marítimos do país enfrentou problemas de pontualidade em março. O terminal mais movimentado para esse tipo de mercadoria, situado no litoral paulista, concentrou grande parte dos casos, com destaque para uma espera que ultrapassou seis semanas, evidenciando os gargalos logísticos enfrentados por quem atua na exportação do produto.

O representante técnico da entidade que monitora os embarques nacionais do setor apontou que, além dos frequentes atrasos, houve também a exclusão de paradas previstas e o cancelamento de rotas internacionais por conta de limitações na capacidade operacional dos portos. Esses fatores, segundo ele, agravam o congestionamento nas áreas de armazenamento e impactam negativamente toda a rede de produção e escoamento, gerando apreensão entre os exportadores.

Continua após a publicidade

Durante o período analisado, observou-se que, na principal zona de saída da carga, a maior parte das operações ocorreu em janelas reduzidas de tempo, limitando a flexibilidade logística e exigindo maior agilidade dos operadores. Na segunda maior área de movimentação do item, a frequência de imprevistos também foi elevada, com mais da metade das embarcações afetadas por mudanças não planejadas nos cronogramas, o que comprometeu a fluidez do comércio e gerou intervalos longos entre as etapas do despacho.

Nos embarcadouros situados no estado do Rio de Janeiro, as janelas operacionais para o envio de mercadorias também apresentaram significativa limitação de tempo, dificultando a organização da cadeia logística. A maior parte das operações foi executada em um intervalo inferior a dois dias, enquanto menos de um quinto delas contou com um período mais extenso para realização dos trâmites necessários, evidenciando um cenário de pressão sobre o fluxo de exportações logo nos primeiros meses do ano.

Da redação Ponto Notícias l Brasília

* O conteúdo de cada comentário é de responsabilidade de quem realizá-lo. Nos reservamos ao direito de reprovar ou eliminar comentários em desacordo com o propósito do site ou que contenham palavras ofensivas.
500 caracteres restantes.
Comentar
Mostrar mais comentários
Lenium - Criar site de notícias