O órgão responsável por fiscalizar o cumprimento das leis no Amazonas está apurando possíveis ameaças à estabilidade da ponte que liga Manaus a Iranduba, devido ao desgaste identificado em sua base estrutural. A iniciativa partiu de uma promotoria voltada à fiscalização de questões relacionadas ao ordenamento urbano.
O procedimento busca entender se o comprometimento da estrutura representa perigo real à segurança e quais medidas preventivas ou corretivas estão sendo adotadas. A apuração pretende garantir que o funcionamento da ponte não coloque em risco a população que a utiliza diariamente.
A construção da ponte teve início em meados dos anos 2000 com o objetivo de facilitar o deslocamento entre a capital amazonense e regiões vizinhas, funcionando como uma via estratégica para o escoamento de pessoas e produtos. Além de atender diretamente Manaus e Iranduba, a estrutura viária representa um importante elo para localidades mais distantes, promovendo integração regional.
O investimento total na obra foi expressivo, superando a marca de um bilhão de reais, com recursos provenientes de financiamento federal e do orçamento estadual. A magnitude do valor envolvido reforça a importância da ponte tanto em termos logísticos quanto econômicos para o estado.
Em resposta às preocupações levantadas, a administração estadual declarou não haver qualquer ameaça à integridade da ponte, assegurando que os pontos identificados receberão intervenções corretivas. A nota enviada ao Ministério Público reforça a confiança do governo na estabilidade da construção e destaca que medidas preventivas já estão sendo tomadas.
O representante do Ministério Público responsável pela solicitação da apuração afirmou que a iniciativa visa obter um diagnóstico técnico preciso sobre as condições da ponte. Segundo ele, o foco está em preservar a segurança de todos os usuários da via, garantindo transparência e responsabilidade na manutenção da infraestrutura.
O Ministério Público solicitou à Secretaria de Estado de Desenvolvimento Urbano e Metropolitano a apresentação de um cronograma detalhado para as obras de recuperação do talude afetado pela erosão. Além disso, foi requisitada a documentação fotográfica que comprove a execução e a conclusão da recomposição do solo, a fim de garantir a transparência e a eficácia das intervenções no local.
A solicitação visa não apenas o acompanhamento dos trabalhos, mas também assegurar que as medidas corretivas sejam realizadas de forma satisfatória, sem comprometer a segurança dos usuários da ponte.
A Secretaria de Estado de Desenvolvimento Urbano e Metropolitano (Sedurb) comunicou que atendeu à notificação do Ministério Público do Amazonas (MPAM) e forneceu as informações requeridas. Em janeiro deste ano, uma equipe técnica do órgão realizou uma inspeção no local e verificou que não há risco iminente de desabamento da ponte. A vistoria não apontou nenhuma irregularidade nas estruturas principais ou nos elementos de suporte da construção.
Durante a inspeção, foi identificada uma interferência específica no sistema de drenagem pluvial próximo a um dos pilares da ponte, afetando a escada hidráulica e as manilhas de concreto. Contudo, esses componentes fazem parte do sistema de drenagem superficial e não têm vínculo com a estrutura principal da ponte. Não foram observadas consequências diretas para a fundação ou os pilares da construção, indicando que não há impacto imediato na estabilidade da ponte.
A situação da Ponte Rio Negro serve como um alerta para a necessidade de inspeções rigorosas e manutenção preventiva em pontes e outras infraestruturas de grande porte, especialmente aquelas construídas há mais de uma década. Apesar de sua construção relativamente recente, em 2007, a estrutura já enfrenta desafios causados pela erosão, um problema que pode se intensificar com o passar do tempo, caso não seja tratado adequadamente. O caso evidencia a importância de revisar constantemente as condições dessas obras para evitar riscos futuros que possam comprometer a segurança dos usuários.
Embora o Governo do Amazonas tenha garantido a segurança da Ponte Rio Negro, o episódio reforça a necessidade de uma abordagem proativa quando se trata de obras públicas. Pontes que possuem mais de 10 anos de construção devem ser monitoradas de perto, com inspeções frequentes e intervenções imediatas sempre que forem identificados problemas, como erosões ou falhas no sistema de drenagem. A falta de manutenção adequada pode transformar pequenas anomalias em grandes riscos à segurança, prejudicando a mobilidade e a confiança da população.
Da redação Ponto Notícias l Manaus