Segundo a entidade que representa os trabalhadores concursados da administração municipal da capital do Tocantins, o primeiro dia de maio não trouxe motivos para celebração em 2025. A principal queixa é a falta de atualização salarial obrigatória, que deveria garantir a recomposição do poder de compra corroído ao longo de 2024. A entidade aponta que o índice acumulado de inflação, medido pelo INPC e estabelecido em 4,77%, deveria ter sido incorporado aos salários já no início do ano, o que não aconteceu até o momento.
A entidade sindical afirma que, mesmo com o avanço do calendário para o mês de maio, os trabalhadores vinculados à administração municipal continuam sem a devida correção em seus vencimentos. Segundo o sindicato, profissionais de setores fundamentais, como saúde e educação, acumulam ainda mais perdas salariais, pois não teriam recebido o ajuste referente ao ano anterior, resultando em um impacto ainda maior sobre suas finanças. A liderança do Sisemp reforça que o congelamento salarial atinge diretamente aqueles que garantem o funcionamento diário de serviços essenciais e alerta que negligenciar a remuneração desses profissionais representa um descaso com toda a comunidade.
O sindicato aponta uma contradição entre o discurso de contenção de despesas adotado pela administração municipal e as ações recentes que teriam elevado os custos da máquina pública. Entre os exemplos citados estão a ampliação da estrutura administrativa, com a criação de novas secretarias, e o aumento de benefícios para servidores comissionados. Na avaliação da entidade, essas decisões indicam que a falta de correção nos salários dos servidores efetivos não decorre de impossibilidade financeira, mas sim de uma opção deliberada da gestão. A crítica recai sobre a priorização de gastos com cargos de confiança, em detrimento daqueles que ingressaram no serviço público por meio de concurso e que garantem a continuidade das atividades essenciais do município.
A entidade sindical destaca que a ausência de reajuste não afeta apenas o orçamento familiar dos profissionais, mas também impacta diretamente a capacidade do município de oferecer serviços de qualidade à população. Segundo o Sisemp, a desvalorização dos servidores acaba desmotivando equipes que atuam nas áreas mais sensíveis da gestão pública, como educação, saúde e assistência social, e pode resultar em maior evasão de profissionais qualificados. Em vez de reconhecimento, os trabalhadores se veem obrigados a reivindicar o cumprimento de um direito garantido por lei, justamente na data em que deveriam ser homenageados por seu papel fundamental na estrutura da cidade.
O presidente do Sisemp também chama atenção para os impactos econômicos mais amplos da ausência do reajuste. Ele destaca que o salário dos servidores não se limita ao sustento individual, mas impulsiona setores como comércio e serviços em toda a cidade. A falta da reposição inflacionária deixa de injetar cerca de R$ 5 milhões por mês na economia local, valor que poderia circular nos bairros, gerar empregos e fortalecer pequenos negócios. Para o sindicato, além de representar uma injustiça com os trabalhadores, a omissão no pagamento compromete o dinamismo econômico de Palmas e prejudica toda a coletividade.
Diante do cenário de insatisfação e perdas acumuladas, o Sisemp reforça que manterá sua atuação firme na defesa dos servidores públicos municipais. O sindicato pretende intensificar as mobilizações, realizar atos públicos e utilizar todos os instrumentos legais disponíveis para exigir a reposição inflacionária e o respeito aos direitos dos trabalhadores concursados da Prefeitura de Palmas.
A entidade também alerta que a falta de diálogo e de medidas concretas por parte da gestão municipal pode agravar o clima de insatisfação entre os servidores, afetando diretamente a qualidade dos serviços prestados à população. O sindicato reafirma seu compromisso com a valorização do funcionalismo e afirma que continuará vigilante e atuante até que haja uma resposta efetiva às reivindicações da categoria.
Da redação Ponto Notícias